Mosaicos Culturais #41: Guitarras melódicas da dupla gorduratrans circundam entre a serenidade e a angústia

Ouvintes da Rádio USP podem ouvir a melancólica música Alquimistas da dupla adepta do shoegaze, que ecoava nos fones de ouvido de Jenny Perossi, estudante de jornalismo na USP

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 Publicado: 11/06/2024
Mosaicos Culturais - USP
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Mosaicos Culturais #41: Guitarras melódicas da dupla gorduratrans circundam entre a serenidade e a angústia
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gorduratrans é uma dupla musical de shoegaze formada em 2015 por Felipe Aguiar (guitarra, vocais) e Luiz Felipe Marinho (bateria, vocais). No mesmo ano, lançaram o primeiro EP Repertório Infindável de Dolorosas Piadas. Com o repertório, fizeram uma turnê na região Nordeste do Brasil. Os streamings no Spotify foram suficientes para pagar os custos de gravação do segundo lançamento, o álbum de estúdio Paroxismos (2017). Parte do álbum foi gravado em casa, e outra parte no estúdio da Cosmoplano Records. Com exceção das vozes, o álbum foi gravado inteiramente em estúdio, com mixagem e masterização “caseiras”, mantendo o “espírito do DIY (do it yourself)”. A dupla fez nova turnê pelo Brasil para promover o álbum (com informações da Wikipédia).

“A verdade é que a gente não se preocupa com a tendência das coisas, com o que os outros estão fazendo. Nossa única preocupação é fazer algo que nos deixe felizes e orgulhosos. Nosso objetivo com a banda é nos expressarmos da maneira que a gente gosta. Esses caminhos um pouco diferentes, mais densos e mais longos às vezes, tem mais a ver com a nossa mudança de percepção, com as novas referências, com a experiência que tivemos no nosso primeiro ciclo como banda”. Felipe Aguiar, 2017

Capa do álbum Zera, de gorduratrans. 2022 © Balaclava Records

Após cinco anos de hiato, a banda da Baixada Fluminense lançou em 2022 seu terceiro álbum de estúdio, Zera, no qual consta a música Alquimistas. Contam com produção do pernambucano Roberto Kramer (RØKR) e do músico paulistano Fernando Dotta (Single Parents).

O estilo musical de gorduratrans já foi descrito como shoegaze, noise rock e noise pop, além de contendo “guitarras distorcidas” de alto volume, demonstrando semelhança ao som das bandas My Bloody Valentine, Slowdive, The Jesus and Mary Chain e Ride. O site Tenho Mais Discos Que Amigos! incluiu a banda na lista de “8 bandas brasileiras que fazem bonito no shoegaze” e declarou que o álbum “traz mais maturidade no som e flerta cada vez mais com o noise, mesclando a parede de som característica do shoegaze com letras de cunho pessoal.” Segundo o portal Estadão, o álbum Paroxismos “mostra a força do novo rock” e foi considerado mais denso que o EP anterior. A banda também é notada por seu estilo lo-fi.

Ao som de Alquimistas, Jenny Perossi, estudante de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes da USP, participou da enquete do programa Mosaicos Culturais, da Rádio USP. Jenny gosta do som pela mistura de shoegaze e cultura brasileira, especialmente quando remete à estética do cordel. “A música Alquimistas tem o melhor riff de guitarra,” afirma Jenny. “A letra é misteriosa e meio metafórica, falando sobre a transmutação de nossas relações sociais. Quando sentimos muito amor ou ódio por alguém, somos como alquimistas, precisando transformar o ódio em amor.”

Shoegaze (originalmente chamado shoegazing e às vezes confundido com “dream pop”) é um subgênero do indie e rock alternativo caracterizado por uma mistura fluída de vocais obscuros, distorção e efeitos de guitarra, feedback e volume avassalador. Surgiu na Irlanda e no Reino Unido no final da década de 1980 entre grupos neopsicodélicos que geralmente permaneciam imóveis durante apresentações ao vivo em um estado de distanciamento e não-confrontamento. O nome vem do uso pesado de pedais de efeitos, já que os artistas costumavam olhar para seus pedais durante os shows (Wikipédia).

Ouça o podcast no link acima.

O programa celebra a diversidade cultural, a riqueza da música brasileira e cria um senso de comunidade. O objetivo é dar voz aos estudantes da USP por meio de entrevistas sobre gostos e percepções musicais. Este podcast reproduz a experiência de escuta no programa Mosaicos Culturais – Ouça o Que os Estudantes Ouvem, transmitido nos dias 10 e 11 de junho de 2024.


Mosaicos Culturais
Ouça o que estudantes ouvem

Estudantes da USP podem participar de Mosaicos Culturais. Basta gravar um áudio respondendo à pergunta “O que você anda ouvindo?” e enviá-lo para a Rádio USP pelo WhatsApp (11) 97281-5789.
Mosaicos Culturais
vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 11h e às 16h na Rádio USP (93,7 MHz, em São Paulo, e 107,9 MHz, em Ribeirão Preto), e ainda via internet, através do site da emissora no link jornal.usp.br/radio/. É possível também sintonizar a versão podcast pela internet em jornal.usp.br/podcasts/ Todos os episódios de Mosaicos Culturais – Ouça o Que os Estudantes Ouvem estão disponíveis na página de seu arquivo neste link.

Apresentação e edição: Caroline Kellen
Identidade sonora e produção: Bruno Torres
Edição: Cid Araujo
Supervisão: Magaly Prado

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