Mosaicos Culturais #34: Baco Exu do Blues promove a representatividade social e impacta a cena do hip hop brasileiro

Por Magaly Prado Diogo Álvaro Ferreira Moncorvo, mais conhecido como Baco Exu do Blues, é um cantor e compositor que começou a ganhar popularidade em 2016, ao lado do rapper Diomedes Chinaski. Ambos criticavam o cenário nacional do rap, que, conforme eles, era concentrado na região Sudeste, principalmente nos estados de Rio de Janeiro e São Paulo. Eles reivindicavam maior visibilidade para a produção musical das regiões Nordeste e Norte. Dentre as principais características de Baco estão suas fortes metáforas com letras cruas e poéticas, que abordam temas como amor, sexo, poder, religião e sociedade.

Em 2017, Baco Exu do Blues foi premiado como Artista Revelação pelo Prêmio Multishow de Música Brasileira. Na ocasião, sua canção Te Amo Desgraça foi eleita a Canção do Ano pelo júri, e, em outra premiação, foi considerada a Melhor Música de Rap pelo site Genius, através do Prêmio Genius Brasil de Música 2017.

Em entrevista à revista Veja, Baco foi questionado por Jana Sampaio sobre o porquê de suas músicas fazerem tanto sucesso. Ele respondeu:

“Uma vez li no livro Cartas a um Jovem Poeta, de Rainer Maria Rilke, que é preciso escrever o que ninguém está escrevendo, o que as pessoas não têm coragem de falar para os outros. Para ser um bom escritor, é preciso colocar o ego de lado e entregar cruamente o que você é, que é diferente de todo mundo, mas que tem medos e qualidades parecidos. Quem ouve minhas músicas, principalmente o jovem negro, entende as minhas dores porque, muitas vezes, são as dores dele também. A pessoa que tem ansiedade, bipolaridade ou depressão vai se identificar com a letra”.

O quarto álbum de estúdio QVVJFA?, acrónimo de Quantas Vezes Você Já Foi Amado?, do rapper Baco Exu do Blues, lançado em 2022 pelas gravadoras 999 e Altafonte, teve produção de JLZ e Nansy Silvz e direção musical de Marcelo de Lamare. Nele, destaca-se a música Cigana.

Letras pontuam reflexões existenciais

Ao som de Cigana, do álbum QVVJFA?, Cristu da Silva, estudante de Artes Cênicas da Escola de Comunicações e Artes da USP, participou da enquete do programa Mosaicos Culturais, da Rádio USP. Ele considera o disco excelente e acredita que Baco está trazendo diversas visões do corpo negro masculino na sociedade.

Ouça o podcast no link acima.

O programa celebra a diversidade cultural, a riqueza da música brasileira e cria um senso de comunidade. O objetivo é dar voz aos estudantes da USP por meio de entrevistas sobre gostos e percepções musicais. Este podcast reproduz a experiência de escuta no programa Mosaicos Culturais – Ouça o Que os Estudantes Ouvem, transmitido nos dias 30 e 31 de maio de 2024.

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