Mosaicos Culturais #128: A poesia transformada em rap: a história por trás da música “44”

Ouvintes da Rádio USP podem agora ouvir a canção com questões de empoderamento feminino de MC Luanna, que ecoava nos fones de ouvido de Jhenifer da Silva, estudante de licenciatura em Matemática na USP

 24/10/2024 - Publicado há 5 meses
Mosaicos Culturais - USP
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Mosaicos Culturais #128: A poesia transformada em rap: a história por trás da música “44”
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Luana Santos de Oliveira, mais conhecida como MC Luanna, é cantora e compositora. Ela se destaca por suas canções de rap, trap e funk, que exaltam a  confiança, e a sagacidade da mulher preta e de favela. Embora sempre tenha tido contato com a composição, nunca cogitou uma carreira musical, pois não gostava de sua voz. Atualmente, a artista possui dois álbuns, 44 e Maldita, e  mescla os gêneros do funk consciente e rap (com informações do Portal MonkeyBuzz e Spotify).

Capa do álbum 44, de MC Luanna, 2022. Foto: Reprodução

44 é uma canção de composição e interpretação de MC Luanna. É a canção-título do álbum 44, lançado em 2022. 

MC Luanna, em entrevista à repórter Daniela de Jesus, do Portal MonkeyBuzz, explicou:  “Sempre escrevi muita poesia, desde a época da escola. Isso influenciou muito. Algumas amigas tinham amigos ou namorados que estavam presos, e eu comecei a escrever coisas baseadas nas histórias que elas viviam. Mas não era música, eram poemas. Intitulei de 44 porque é o número da minha casa, e aqui no meu bairro tem outra Luana, então, sempre que alguém me procura, sou identificada como a Luana do 44. Esse número se tornou uma identidade forte para mim”.

A artista define o álbum como uma mistura de “todos os elementos que estão ao meu redor. Coloco todas as linguagens do que eu vivencio, que é muito o que outras pessoas periféricas também vivenciam. 44 é um olhar externo e interno do que temos no dia a dia”.

A canção-título aborda temas como sucesso, autenticidade e a desvalorização da mulher no mercado do rap. A letra começa com o verso “‘Nois’ é o foco e o progresso você sabe bem” (com informações do Letras.mus).

Ao som de 44, Jhenifer da Silva, estudante de licenciatura em Matemática no Instituto de Matemática e Estatística da USP, participou da enquete do programa Mosaicos Culturais, da Rádio USP. Jhenifer conta que escuta muitas canções de empoderamento feminino brasileiro, que a ajudaram a sair de um relacionamento abusivo. A estudante também enfatiza que uma boa canção é aquela que reverbera suas emoções do momento. 

Ouça o podcast no link acima

O programa celebra a diversidade cultural, a riqueza da música brasileira e cria um senso de comunidade. O objetivo é dar voz aos estudantes da USP por meio de entrevistas sobre gostos e percepções musicais . Este podcast reproduz a experiência de escuta no programa Mosaicos Culturais – Ouça o Que Estudantes Ouvem, transmitido nos dias 22 e 23 de outubro de 2024.

Montagem por Regina Lemmi. Imagens/ Divulgação. Da direita para à esquerda as fotos são de: @leticiasuxo / @balbino.x / @isabelleindia_ / @valdinei / @isabelleindia_ / @juliojustoo / @stefflima

As minas do rap
Até dia 25 de outubro, vamos mostrar os episódios das rappers escolhidas por estudantes da USP, que demonstram como a presença das mulheres no rap tem influenciado a indústria musical, tanto em termos de produção quanto de consumo.

O hip hop é uma manifestação cultural que engloba o rap, grafites, MCs (mestre de cerimônia que canta) e DJs (disc-jóquei), o breakdance (dança de rua) e o beat box. Leia reportagem O rap feminino em ascensão na arte das rimas.
 

RAP
O rap, chamado metonimicamente de música hip hop, é um gênero musical caracterizado pelo discurso rítmico com rimas e poesias. Os cantores de rap podem ser chamados de rappers ou MCs. O termo “rap” descreve uma fala rápida que precede a forma musical de ritmo e poesia, e significa “bater”. A palavra rap já era usada no Inglês britânico desde o século 16, significando “dizer” até o século 18.
TRAP
O trap é um subgênero do rap da década de 2000 no sul dos Estados Unidos. No Brasil,  ele chegou em 2010, com a incorporação de artistas como Naio Rezende e Raffa Moreira. Atualmente, o trap se fundiu com o funk, a música eletrônica e o hip hop. Nomes como Matuê, L7nnon, Teto, Veigh e Xamã contribuíram com a adaptação do trap ao contexto brasileiro. Nos Estados Unidos, o trap-soul, uma mistura de trap com R & B, também faz muito sucesso, com artistas como PARTYNEXTDOOR.
FUNK
O funk brasileiro é um gênero musical que difere do funk originado nos Estados Unidos. Ele surgiu nas favelas do Rio de Janeiro nos anos 1970, com influência do miami bass e do freestyle. O funk se tornou um dos maiores fenômenos de massa no Brasil.


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Entre em contato conosco pelo número do nosso WhatsApp: (11) 972815789.

Por Regina Lemmi
Estagiária sob supervisão de Magaly Prado


Mosaicos Culturais
Ouça o que estudantes ouvem

Estudantes da USP podem participar de Mosaicos Culturais. Basta gravar um áudio respondendo à pergunta “O que você anda ouvindo?” e enviá-lo para a Rádio USP pelo WhatsApp (11) 97281-5789.
Mosaicos Culturais
vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 11h e às 16h na Rádio USP (93,7 MHz, em São Paulo, e 107,9 MHz, em Ribeirão Preto), e ainda via internet, através do site da emissora no link jornal.usp.br/radio/. É possível também sintonizar a versão podcast pela internet em jornal.usp.br/podcasts/ Todos os episódios de Mosaicos Culturais – Ouça o Que os Estudantes Ouvem estão disponíveis na página de seu arquivo neste link.

Apresentação e edição: Caroline Kellen
Identidade sonora e produção: Bruno Torres
Edição: Cid Araujo
Supervisão: Magaly Prado

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