
O nome parece complicado, gengivoestomatite herpética primária, mas nada mais é do que a manifestação do organismo quando ele entra em contato, pela primeira vez, com o vírus herpes tipo 1. É muito comum em crianças de seis meses a cinco anos. Mas pode também aparecer em crianças mais velhas, adolescentes e adultos que ainda não tiveram exposição a esse vírus. Quem fala mais sobre a gengivoestomatite herpética primária e a herpes labial recorrente, no Momento Odontologia de hoje, é Maya Fernanda Manfrin Arnez, pós-doutoranda do programa de pós-graduação em Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da USP em Ribeirão Preto.
Ela diz que, após a infecção primária, o vírus do herpes fica inativado nos nervos sensoriais e o indivíduo sempre servirá como um reservatório natural. A reativação desse vírus, que pode ser desencadeada por diversos fatores, como febre, estresse emocional, traumatismo local, exposição solar, exposição ao frio ou queda da imunidade, é conhecida como herpes labial recorrente.
Na gengivoestomatite herpética primária, inicialmente a criança apresenta sintomas de mal-estar, dor muscular, febre alta, irritabilidade e hipertrofia de gânglios, conhecida como “íngua”. Posteriormente, há o aparecimento na cavidade bucal de lesões vesiculares contendo um líquido branco ou amarelo. Esta fase é altamente contagiosa. Após 24 horas, as vesículas rompem-se e se unem formando úlceras dolorosas na boca, semelhantes às aftas. O período que decorre desde a exposição ao vírus até os primeiros sintomas da doença dura em torno de dois a dez dias.
O tratamento para a gengivoestomatite herpética primária geralmente é apenas para alívio dos sintomas e para auxiliar a higienização bucal, utilizando-se bochecho de clorexidina a 0,12%. Além disso, deve-se associar uma dieta pastosa, que contenha alimentos não ácidos e com abundante ingestão de líquidos, para evitar a desidratação. Pode-se usar os antivirais sistêmicos, porém, esses medicamentos devem ser receitados por um médico ou odontopediatra e devem ser utilizados no início do aparecimento dos sintomas, para que haja regressão mais rápida das lesões. Para o herpes labial recorrente, também não há um tratamento específico. O tratamento realizado visa a melhorar os sintomas e acelerar a cura. O uso de antiviral tópico é indicado previamente ao aparecimento das vesículas e o uso de antivirais sistêmicos é indicado para os casos mais graves. Outra opção de tratamento para o herpes labial recorrente é a aplicação terapêutica de laser de baixa potência para regressão da sintomatologia e do ciclo das lesões.
.