O Momento Odontologia desta semana traz informações sobre as disfunções temporomandibulares (DTMs), seus sintomas e tratamentos, principalmente com o uso do laser. O convidado é o professor César Bataglion, responsável pela disciplina de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) da USP.
A disfunção temporomandibular, diz o professor, é um termo coletivo que envolve vários problemas dos músculos, da articulação temporomandibular (ATM) das estruturas associadas consideradas as causas principais de dores não dentais na região orofacial (cabeça, face, pescoço, boca e mandíbula), que atingem o sistema mastigatório. “O sintoma mais comum é a dor nos músculos da mastigação ou nas articulações temporomandibulares e os pacientes se queixam de limitação no movimento da mandíbula, com diminuição na abertura da boca, ruídos nas ATMs em forma de estalidos. Além das dores, com frequência apresentam comorbidades associadas a outras alterações sistêmicas, como fibromialgia e síndrome do pânico, por exemplo.
Bataglion infoma que a DTM afeta principalmente adultos, com idade entre 20 e 50 anos, duas vezes mais comum em mulheres que em homens, mas pode ser observada em crianças e adolescentes, e 10% da população tem problemas graves o suficiente para exigir tratamento.
Sobre as causas, o professor diz que são multifatoriais e classificadas como iniciadores, como um trauma na face ou sobrecarga aos músculos mastigatórios e nas articulações, como, por exemplo, mastigar muito chiclete ou apertar os dentes, por exemplo. Ainda há os fatores predisponentes, que aumentam o risco do paciente estabelecer a DTM e estão ligados a questões sistêmicas e aspectos psicológicos e a condições da própria oclusão do paciente, ou seja, da mordida. E, também, os fatores perpetuantes, aqueles que influenciam na progressão ou na remissão da DTM, como os comportamentais, sociais e emocionais.
Já sobre o tratamento, Bataglion diz que é considerado multidisciplinar, desde o aconselhamento do paciente, para se automanejar, evitar abrir muito a boca, não apertar os dentes, se automassagear, entre outros, e passa pelo uso de placas, fisioterapia, terapia fonoaudiológica, acupuntura, agulhamento a seco, tratamento médico com medicamentos, e até o laser, uma estratégia de analgesia muito boa, mas não deve ser uma terapia isolada. O professor lembra que não deve ser utilizado em suspeita de lesão potencialmente maligna, uma vez que o laser aumenta o metabolismo da célula e pode estimular o crescimento da lesão.
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