Imóveis ociosos do centro de São Paulo travam o mercado imobiliário

Estudo de doutorado defendido na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP analisou como os imóveis ociosos das áreas centrais da cidade influenciam o mercado imobiliário

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 22/09/2022 - Publicado há 2 anos
Novos Cientistas - USP
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Imóveis ociosos do centro de São Paulo travam o mercado imobiliário
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No podcast Os Novos Cientistas desta quinta-feira (22), a arquiteta e urbanista Ana Gabriela Akaishi falou sobre a sua pesquisa desenvolvida na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP intitulada A herança mercantil: os entraves dos imóveis ociosos no centro de São Paulo. Sob a orientação da professora Ermínia Maricato, Ana buscou compreender como as motivações dos proprietários na retenção de imóveis ociosos influenciam a dinâmica do mercado de terras no centro da cidade de São Paulo. “Esses proprietários carregam raízes históricas e geracionais, vinculadas a capitais familiares antigos, de caráter mercantil, aplicados incialmente em prédios de aluguel”, contou a arquiteta.

E no percurso de seu estudo de doutorado, vários questionamentos surgiram, como, por exemplo, sobre as complexidades envolvidas nos vários imóveis que existem no centro de São Paulo. São prédios fechados ou abandonados para estacionamentos. Por quais motivos esses prédios estão assim? Por que os proprietários não vendem? Por que o poder público não transforma em habitação de interesse social ou equipamento público, que seria tão importante para a população?

Ao buscar respostas para seus questionamentos, Ana foi desvendando as várias camadas de complexidade de história de capitais envolvidos. Segundo ela, não há interesse do mercado imobiliário em comprar esses imóveis. “Meu estudo possibilitou evidenciar alguns aspectos sobre a economia política do centro de São Paulo”, destacou. A arquiteta defende a tese de que o perfil dos proprietários desses imóveis ociosos tem relação direta com um entrave no mercado de terra na região central. “A herança desse patrimônio transmitida a novas gerações e a novos agentes engendra entraves específicos à circulação desses bens”, disse a pesquisadora.

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