“Não se sabe ao certo de onde veio a informação de que utilizamos somente 10% do nosso cérebro”, afirma a acadêmica Laura Colete Cunha, no podcast Fake News Não Pod desta semana. No artigo de 1907 publicado na revista Science, William James, um psicólogo e autor defendeu que os seres humanos utilizam apenas uma parte de seus recursos mentais, embora não tenha especificado uma porcentagem exata. Contudo, este mito foi amplamente difundido em artigos, programas de TV e filmes, contribuindo para a sua aceitação popular. Mas o que a literatura científica tem a dizer sobre o assunto?
Através de estudos de ressonância magnética funcional, é possível medir a atividade no cérebro durante a realização de diferentes tarefas. Usando este e outros métodos semelhantes, os cientistas concluíram que a maior parte do cérebro está em uso na maior parte do tempo, mesmo durante atividades simples ou durante o sono. A porcentagem do cérebro em uso varia de pessoa para pessoa e depende das atividades que estão sendo executadas ou pensadas.
Além disso, assim como outros órgãos do corpo humano, o cérebro consome cerca de 20% da energia corporal e foi moldado pela seleção natural e evolução, evitando gastos desnecessários. Portanto, é improvável que a evolução permitisse que um órgão tão dispendioso operasse em apenas 10% de sua capacidade funcional.
“Portanto, busque por informações em fontes confiáveis”, afirma Laura.
Fake News não Pod
Produção: Vydia Academics, Pretty Much Science (PMScience),
Projeto: João Fake News (bit.ly/JoaoFakeNews).
Roteirista e apresentadora: Laura Colete Cunha
Coprodução e Edição: Rádio USP Ribeirão Preto
Coordenação: Rosemeire Talamone
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