
Uma pesquisa desenvolvida na Faculdade de Educação (FE) da USP investigou a branquitude brasileira e os lugares de privilégios que as pessoas não negras – brancas e “mestiças”, estas últimas por vezes percebidas como brancas − acabam ocupando. A autora do estudo de doutorado em questão, a educadora Janaína Ribeiro Bueno Bastos, foi a entrevistada desta quinta-feira (28) no podcast Os Novos Cientistas.
A pesquisa intitulada Na trama da branquitude mestiça: a formação de professores à luz do letramento racial e os meandros da branquitude brasileira contou com a orientação da professora Mônica Guimarães Teixeira do Amaral, da FE. No seu estudo, Janaína desenvolveu um projeto de extensão com oito discentes da Licenciatura do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), campus São Roque, em São Paulo. Eles atuaram como docentes no projeto de extensão de uma escola pública de ensino fundamental, localizada na periferia daquele município.
Segundo dados do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 50% da população brasileira se autodeclara negra. E nessa maioria há pessoas mestiças, de pele nem tão preta. “São aquelas que se autodeclaram pardas, nas quais a mestiçagem se mostra mais evidente”, disse a educadora. O objetivo principal da pesquisa, segundo Janaína, foi investigar a branquitude brasileira e os lugares de privilégios por vezes ocupados por pessoas não negras. “O que denomino privilégios são algumas concessões dadas às pessoas percebidas como brancas, ou como quase brancas, de pele nem tão preta, mesmo que de forma implícita”, explicou a educadora.
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