No Curioso por Ciência desta semana, Isabelle Rodrigues, do Dr. Fisiologia, fala sobre a técnica de citometria de fluxo quantitativa, desenvolvida por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, que permite medir com mais precisão quantas células do sangue estão protegidas pela hemoglobina fetal (HbF), que ajuda a prevenir a deformação das célula sanguíneas, uma forma de melhorar o monitoramento da doença falciforme, condição hereditária que altera a forma das células vermelhas do sangue, transformando-as em formato de foice e causando uma série de complicações graves.
Segundo Isabelle, o tratamento mais utilizado envolve o uso de hidroxiureia, um medicamento que aumenta a produção de hemoglobina fetal, chamada HbF, que ajuda a prevenir a deformação das células sanguíneas. “Os exames de laboratório atuais não conseguem dizer exatamente quantas dessas células estão realmente protegidas pela HbF. Esses dados são importantes, porque quanto mais células estiverem protegidas, melhor será o controle da doença.”
Essa nova técnica foi testada em amostras de sangue de pacientes com doença falciforme e os resultados foram promissores. Em uma análise com 29 pacientes a nova técnica mostrou que é possível identificar melhor quem tem mais chances de ter complicações graves. “Essa descoberta é um grande passo, porque pode ajudar médicos a ajustarem o tratamento de forma mais precisa, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.”
Além disso, diz Isabelle, o novo método foi capaz de revelar diferentes padrões na distribuição da HbF nas células sanguíneas, algo que os métodos anteriores não conseguiam fazer. “Isso significa que os médicos poderão entender melhor como a doença está progredindo em cada paciente e tomar decisões mais eficazes para o tratamento.”
A pesquisa de mestrado Desenvolvimento e validação de um novo método de citometria de fluxo para a quantificação do conteúdo de hemoglobina fetal em glóbulos vermelhos e sua potencial aplicação clínica na doença falciforme, de Maria Luiza Arrojo, foi orientada pelo professor Rodrigo Alexandre Panepucci no programa de pós-graduação em Oncologia, Células Tronco e Terapia Celular e defendida em 2024.
Curioso por Ciência é uma coprodução coprodução entre a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, startup Dr. Fisiologia e Rádio USP Ribeirão Preto e São Paulo. Vai ao ar toda segunda-feira, no Jornal da USP no Ar na Rádio USP em São Paulo, 93,7 MHz, a partir das 7h30, e no Jornal da USP no Ar - Edição Regional na Rádio USP Ribeirão Preto, 107,9 MHz, a partir das 12h. estará disponível na home de Ribeirão Preto do Jornal da USP, basta navegar em ribeirao.usp.br.