
Desde a renúncia do presidente Evo Morales, em novembro do ano passado, a Bolívia vive uma tensão política permanente. O governo provisório de Jeanine Áñez não parece disposto a cumprir o que prometeu: eleições livres. Uma série de ações repressivas e processos ilegais contra os seguidores de Morales compromete a realização de um pleito democrático, finalmente marcado para 18 de outubro deste ano, após intensa pressão popular.
A educadora popular Maria Dolores Arce, que dirigiu a Rede de Rádios dos Povos Originários, analisa em entrevista exclusiva ao Brasil Latino o cenário de retrocesso que acontece no país andino. Após a queda de Evo Morales, forças ultradireitistas assumiram o controle de praticamente todas as instâncias de poder. Judiciário e executivo, aliados a setores conservadores da Igreja e da mídia, desenvolvem uma campanha de descrédito das lideranças indígenas e populares. O candidato Luis Arce, do Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Morales, lidera as intenções de voto, mas existem sérias dúvidas se a justiça eleitoral boliviana não cassará seu registro.
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