
As manifestações populares no Chile, em dezembro de 2019, obrigaram o presidente Sebastián Piñera a convocar eleições para uma Assembleia Constituinte, cujo objetivo é criar um novo modelo para a sociedade daquele país. A expectativa é que a nova Constituição não só sepulte a herança da ditadura de Augusto Pinochet como também introduza valores que se traduzam em maior justiça social, solidariedade e desenvolvimento econômico para a maioria da população.
A própria eleição foi prova desse maior engajamento da sociedade chilena nos destinos do país. Foi obrigatória a paridade de gênero e os povos originários tiveram direito a 17 cadeiras das 155 em disputa. Com uma vitória expressiva, os partidos de esquerda e os independentes têm condições de conduzir a pauta dos debates.
Com eleições presidenciais marcadas para novembro, o Chile pode estar vivendo um novo momento da sua história. Em entrevista exclusiva ao Brasil Latino, o professor José Francisco Viacava Gatica, do Instituto de Assuntos Públicos da Universidade do Chile, aborda a atual conjuntura do país e as perspectivas políticas até o final do ano.