Até que ponto a democracia no Brasil está realmente ameaçada? Será que a presença de quase 3 mil militares em cargos do governo federal constitui um novo tipo de tutela sobre a sociedade civil? A atuação das polícias militares em alguns Estados mostra que essa força de segurança está fora de controle? Por que o governo decidiu se aliar automaticamente aos Estados Unidos abandonando o multilateralismo da tradicional diplomacia brasileira?
Essas questões são debatidas nesta edição do Brasil Latino com Francisco Carlos Teixeira, que é professor de História Contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e fez pós-doutorado na USP. Ele explica que, embora não possam ser consideradas como uma única coisa, as Forças Armadas não fizeram a transição da ditadura para ao regime democrático e muitos de seus atuais comandantes seguem pensando que existe um inimigo interno a ser combatido.
Segundo Teixeira, as polícias militares, juntamente com o Corpo de Bombeiros, as tropas penitenciárias e as empresas de segurança, formam um contingente mais propenso a ações de subversão da ordem democrática porque são menos disciplinadas e enxergam a política como a raiz de todos os problemas nacionais. O mesmo fenômeno ocorreu, por exemplo, na Bolívia, quando as forças policiais desobedeceram seus comandos e exigiram a destituição do presidente Evo Morales.
Brasil Latino
O Brasil Latino vai ao ar toda terça-feira, às 13h, pela Rádio USP 93,7Mhz (São Paulo) e Rádio USP 107,9 (Ribeirão Preto). As edições do programa estão disponibilizadas nos podcasts do Jornal da USP (jornal.usp.br) e nos agregadores de áudio como Spotify, iTunes e Deezer.
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