
Chamar de imperialismo e colocar a China e os Estados Unidos na mesma viola não é o caso, segundo Rogério Carvalho, doutorando no Programa de Pós-graduação e Integração da América Latina da Universidade de São Paulo (Prolam/USP). Entrevistado desta edição do Brasil Latino, ele ressalta as diferenças entre a forma de atuação e expansão das duas maiores potências mundiais. “São duas formas de pensar e agir diferentes, uma clara definição entre o modelo ocidental e o modelo oriental”, diz.
A China se tornou o maior parceiro comercial de muitos países latino-americanos, o que inclui o Brasil. O desafio é não criar uma dependência em torno de poucos produtos de exportação sem valor agregado. Hoje, a China é o maior comprador do Brasil, especialmente do setor agropecuário. São volumes astronômicos. Por isso, é importante que o país invista em educação, novas tecnologias e na capacitação profissional para ganhar competividade e diminuir a dependência externa de um só comprador.
Rogério, que também é coordenador do curso de Direito Público da UniCaldas, em Goiás, comentou sobre a recente eleição em Taiwan, que deu a vitória a Lai Ching-te, um defensor da independência daquela província chinesa. A tensão entre a China e os Estados Unidos deve aumentar, mas não a ponto de provocar um conflito militar. “Pequim tem fortes interesses econômicos em Taiwan, que é uma ilha estratégica do ponto de vista comercial e militar. Do outro lado, os norte-americanos sabem que uma guerra traria grandes prejuízos aos dois países”, afirma Rogério.
Brasil Latino
O Brasil Latino vai ao ar toda terça-feira, às 13h, pela Rádio USP 93,7Mhz (São Paulo) e Rádio USP 107,9 (Ribeirão Preto). As edições do programa estão disponibilizadas nos podcasts do Jornal da USP (jornal.usp.br) e nos agregadores de áudio como Spotify, iTunes e Deezer.
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