
Em 19 de julho de 1979, quando os sandinistas tomaram o poder na Nicarágua derrotando a longeva ditadura da família Somoza, a América Latina foi tomada por um sentimento de esperança. Aqueles jovens guerrilheiros eram portadores da luta pela independência, justiça social e democracia. Logo após a revolução, avanços foram obtidos como o direito à saúde, educação e terra. Essas conquistas só não foram mantidas e ampliadas por causa da ingerência norte-americana que financiou grupos armados e assim sufocou o processo revolucionário. Por meio de eleições democráticas, a oposição derrotou os sandinistas e assumiu o poder em 1990.
Somente em 2006, a Frente Sandinista de Libertação Nacional voltou ao governo com Daniel Ortega. Nessa altura, o partido já estava dividido. A dissidência sandinista, formada por comandantes guerrilheiros históricos, acusava Ortega e sua família de corrupção e acordos políticos espúrios para se manter no poder.
Em abril de 2018, manifestações populares colocaram o governo em xeque e a repressão policial matou mais de 200 pessoas, segundo relatório da OEA. Desde então, a instabilidade política é permanente. A pandemia agravou os problemas econômicos e atualmente o futuro é incerto.
Para falar sobre a situação da Nicarágua, o Brasil Latino entrevista a comandante guerrilheira Dora Maria Téllez, ex-ministra da Saúde e ex-deputada constituinte, que lidera o partido opositor Unamos, uma dissidência da Frente Sandinista de Libertação Nacional, e Paulo Abrão, especialista em Direitos Humanos na América Latina, PhD em Direito e ex-professor em universidades no Brasil e na Espanha.
Brasil Latino
O Brasil Latino vai ao ar toda terça-feira, às 13h, pela Rádio USP 93,7Mhz (São Paulo) e Rádio USP 107,9 (Ribeirão Preto). As edições do programa estão disponibilizadas nos podcasts do Jornal da USP (jornal.usp.br) e nos agregadores de áudio como Spotify, iTunes e Deezer.
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