
Desde os anos 1880, uma banda formada por operários se mantem em atividade na cidade de São Paulo. Mais especificamente no bairro da Lapa, na zona oeste da cidade. A Corporação Musical Operária da Lapa, ou simplesmente “Banda da Lapa” como é mais conhecida, foi objeto de um estudo de mestrado realizado no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP. A autora da pesquisa, Paula de Mattos Skromov, foi a entrevistada desta quinta-feira (6) no podcast Os Novos cientistas.
No estudo Paisagens sonoras da Banda da Lapa: tradição e memória operárias na cidade de São Paulo de 1914 a 1930 e de 2003 a 2019, que teve a orientação do professor Jaime Tadeu Oliva, do IEB, Paula traz a história deste grupo musical formado por operários que sobreviveu à urbanização e industrialização paulistana. “A banda da Lapa é a única sobrevivente entre muitas bandas amadoras que embalaram São Paulo entre os anos 1889 e 1930, na Primeira República”, contou a pesquisadora.
Atualmente, como descreveu Paula, a banda tem, em média, 20 integrantes. “Esse número varia, porque o critério para participação da banda é uma adesão voluntária. A a maior parte dos músicos é trabalhador. As mulheres passaram a integrar o corpo musical a partir dos anos 1990”, destacou a pesquisadora. A banda é mantida e autogerida pelos seus integrantes, desde os seus primórdios. “Ela se mantém em parte com a renda obtida de cachês, muitos modestos, e é bancada, em parte, pelos próprios integrantes”, informou a pesquisadora. Ela também destacou que a banda atua nos carnavais paulistanos. “Aliás, neste sábado, 8 de março, o grupo participará do Bloco do Jamelão, no Bixiga, a partir das 14 horas”, informou Paula.
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