A Pró-Reitoria de Pós-Graduação realizou, no dia 25 de setembro, um encontro com os presidentes das Comissões de Pós-Graduação e os coordenadores dos Programas de Pós-Graduação da USP, para apresentação e análise do resultado preliminar da avaliação quadrienal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
“O objetivo desse encontro foi apresentar para toda a comunidade da Pós-Graduação da USP o desempenho geral da Universidade na avaliação e, também, o resultado por área de conhecimento. Foi uma oportunidade para discutir com a Capes, representada pela sua diretora, os problemas detectados no processo atual e as perspectivas para a avaliação do próximo quadriênio. Com essas informações, os presidentes das Comissões de Pós-Graduação têm condições de planejar melhor as mudanças necessárias para o bom desempenho de seus programas”, explicou o pró-reitor de Pós-Graduação, Carlos Gilberto Carlotti Jr.
A Avaliação Quadrienal Capes 2017 abrangeu 4.175 programas de pós-graduação stricto sensu em funcionamento no Brasil. Da USP, 265 programas foram avaliados, sendo que 210 deles possuem cursos de mestrado e doutorado; 15 são programas apenas com cursos de doutorado; 18, apenas com mestrado; e 22, apenas com mestrado profissional.
No caso da Universidade, 49 dos 265 programas avaliados receberam nota 7, considerado o conceito mais alto da classificação. Na avaliação passada, esse número foi de 44. Além desses cursos que obtiveram a nota máxima, 34 receberam o conceito 6, indicando um desempenho equivalente a padrões internacionais de qualidade. No Brasil, a USP responde por 18% dos programas com conceitos 6 e 7. Além disso, 84 programas ficaram com a nota 5, ou seja, do total de programas avaliados, 63% atingiram nível de excelência (com conceitos 5, 6 e 7).
A Capes também avaliou 69 programas da USP com nota 4 e 21 receberam o conceito 3, o que significa desempenho regular, mas que atende aos padrões mínimos de qualidade.
“Analisando todos os dados, o desempenho da Universidade ficou estável, mas isso não pode ser considerado um resultado ótimo porque devemos almejar sempre uma evolução dos nossos programas. Essa é uma oportunidade para fazer uma análise crítica não só da Pós-Graduação da USP, mas também de todo o processo de avaliação e rever aspectos como a organização de nossos programas, o credenciamento de orientadores e a busca dos melhores alunos”, afirma Carlotti.
O pró-reitor também explica que, além da avaliação da Capes, a Pró-Reitoria disponibiliza ferramentas para que os programas tenham parâmetros melhores para análise, como o WeR-USP-PG – um sistema de análise quantitativa que extrai dados do Sistema Janus, das plataformas Sucupira e Lattes e de três bancos de dados (Google Scholar, Scopus e Web of Science) para disponibilizar informações sobre produção científica, citações e número de defesas de teses – e uma avaliação inédita realizada pela própria Universidade e que deve ser concluída até novembro.
Grande reforma
O processo de avaliação da Capes contou com a participação de aproximadamente 1.500 consultores, entre professores e pesquisadores de todas as regiões do Brasil. As equipes avaliaram o panorama e as atividades dos programas de Pós-Graduação, durante os anos de 2013 a 2016, para atestar a qualidade dos cursos, acompanhando sua qualificação. Entre os critérios da avaliação estão a proposta do programa, análise do corpo docente, análise do corpo discente e trabalhos de conclusão, produção intelectual e inserção social.
Os cursos são separados em 49 áreas de avaliação e analisados por comissões específicas para cada área. Os cursos recebem notas entre 1 e 7, sendo que as notas 1 e 2 determinam o descredenciamento dos programas. Neste ano, 119 (3%) dos programas foram descredenciados e 465 (11%) foram considerados programas de excelência, com notas entre 6 e 7. Em números gerais, 67% dos programas mantiveram a mesma nota obtida na última avaliação, 22% melhoraram a nota e 11% pioraram.
Essa foi a primeira vez que a avaliação, antes trienal, passou a ser feita a cada quatro anos. A diretora de Avaliação da Capes, Rita de Cássia Barradas Barata, apresentou os principais impasses do atual processo de avaliação, como a magnitude do Sistema Nacional de Pós-Graduação brasileiro, a diversidade de situações, os contextos variados, as finalidades das modalidades e variadas tradições de produção científica. Segundo a diretora, o processo todo passará por uma grande reforma agora. “Desde 2013, quando foi feita a última avaliação, já havia a percepção, pela Diretoria de Avaliação, de que o processo estava esgotado e precisávamos mudar. É necessário reordenar todo o processo e pensar em um novo enfoque de avaliação”, disse Rita.
Para a diretora, “a principal mudança que deve ser feita é diminuir a ênfase na normatização e aumentar a ênfase na avaliação da qualidade. É preciso promover os artigos que tenham relevância, valorizar a autoavaliação, a flexibilidade da Pós-Graduação, a possibilidade de criar, a possibilidade de usar formas diferentes de organização. A avaliação tem que ser capaz de captar a real qualidade dos programas”.
Avaliação Capes
A avaliação dos cursos de pós-graduação no Brasil é realizada regularmente desde 1976, ou seja, há mais de quarenta anos, e se consolidou como um importante instrumento para certificar a qualidade da pós-graduação nacional, resultando em elementos e indicadores que permitem induzir e fomentar ações governamentais de apoio à pós-graduação, identificando assimetrias, impulsionando o avanço científico e fornecendo estudos e subsídios para ações governamentais, de instituições de ensino superior e para as agências de fomento, tanto brasileiras quanto internacionais.
Esse tipo de avaliação, nos moldes em que é realizada na Capes, é inédita no mundo e contribui para o desenvolvimento da pós-graduação brasileira, fornecendo, inclusive, subsídios para fazer avanços na ciência, tecnologia e inovação do país.
Clique aqui para acessar os resultados da avaliação Capes 2017.