O Prêmio Rheinboldt-Hauptmann, criado em 1987, homenageia os Professores Heinrich Rheinboldt e Heinrich Hauptmann, alemães, fundadores da Cátedra de Química da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, e que tiveram papel importante na nucleação do atual Instituto de Química e seus dois Departamentos. 28 cientistas da USP e de outras instituições já receberam este prêmio, entre eles Hernan Chaimovich e Isaias Raw

O Instituto de Química (IQ) realizou, nesta terça-feira, dia 24 de março, a cerimônia de entrega do Prêmio Rheinboldt-Hauptmann 2014, com a homenagem ao professor do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Jairton Dupont.
A saudação ao premiado foi feita pelo professor do Departamento de Química Fundamental do IQ, Henrique Eisi Toma, que também foi contemplado com o prêmio em 1987. “Fico muito feliz em falar de uma pessoa que é reconhecida no meio científico”, ressaltou o professor Toma, lembrando que Dupont desenvolve projetos de pesquisa em catálise, tendo publicado mais de 210 artigos em periódicos internacionais, 13 patentes, nove capítulos de livros internacionais e um livro texto de Química Organometálica para a graduação. Atualmente, é editor associado do New Journal of Chemistry (RSC) e Topics in Organometallic Chemistry (Springer).
Toma destacou alguns prêmios e homenagens com os quais Dupont já foi prestigiado: é membro titular da Academia Brasileira de Ciências, recebeu a medalha Simão Mathias da Sociedade Brasileira de Química; contemplado com o Humboldt Young Research Award (Alemanha); recebeu o prêmio Scopus da Elsevier-Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); a medalha do Journal of the Brazilian Chemical Society; o prêmio FINEP Inventor-Inovador e o World intellectual Property Organization Award; homenagem da American Chemical Society; o prêmio da Fundação Conrado Wessel; e o prêmio TWAS de Química.

“Parabenizo o Instituto de Química pela iniciativa deste prêmio, pois é muito importante homenagear cientistas e lembrar os pioneiros na área de química e bioquímica no País; sendo que a escolha de Dupont enriquece este prêmio”, disse o vice-reitor Vahan Agopyan.
“Ser reconhecido pela maior e melhor instituição da América Latina enobrece, espero estar à altura desta homenagem”, disse Dupont, em agradecimento pelo prêmio, antes de iniciar a conferência “De Sais Fundidos a Líquidos Iônicos”, na qual explicou o que se entende por líquidos iônicos e o que os difere de sais fundidos.
História do prêmio
O Prêmio foi criado inicialmente pela Comissão de Pós-Graduação do IQ, em 1987, com a denominação “Conferência Rheinboldt-Hauptmann em Química e Bioquímica”. O nome foi escolhido em homenagem aos professores Heinrich Rheinboldt e Heinrich Hauptmann, alemães, fundadores da Cátedra de Química da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, que tiveram papel importante na nucleação do atual Instituto de Química e seus dois Departamentos.

Com isso, pretendeu-se homenagear um pesquisador, semestralmente, pela excelência de seu trabalho científico e acadêmico e que estivesse em atividade em uma dessas áreas do conhecimento. As conferências seriam pronunciadas no IQ, reunindo em torno de 120 a 150 pessoas e o homenageado receberia uma placa de prata do Instituto.
O prêmio foi concedido pela primeira vez no final de 1986, mas sua instituição ocorreu em 1987. O primeiro a recebê-lo foi o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Leopoldo de Meis, que, em 1986, proferiu a Conferência “Papel da Água em Mecanismos de Transdução de Energia em Sistemas Biológicos”. Na época das comemorações do 25o aniversário do Instituto de Química, o então diretor Walter Colli instituiu, em 1995, o Prêmio Rheinboldt-Hauptmann, que, a partir de então, passou a abarcar também cientistas de áreas correlatas à Química e à Bioquímica. Desde 1998, a honraria tornou-se anual.
(Fotos: Ernani Coimbra)