Com o tema “Mapeando nossos ecossistemas para a inovação”, o Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT, na sigla em inglês) promoveu, entre os dias 24 e 27 de outubro, a J-WEL Week, uma iniciativa que reúne universidades do mundo todo e da qual a USP faz parte.
J-WEL é sigla em inglês do Laboratório Mundial de Educação Abdul Latif Jameel, ligado ao MIT e que envolve educadores, tecnólogos, formuladores de políticas e líderes sociais por meio de colaborações on-line e presenciais, workshops, pesquisas e eventos de compartilhamento de informações. As organizações membros da J-WEL trabalham com professores e funcionários do MIT para abordar oportunidades globais para promover mudanças na educação.
“A semana foi muito proveitosa. Houve discussões sobre as maneiras de tornar a J-WEL mais efetiva para obter impacto nas diferentes universidades participantes. Serão criadas forças-tarefa para abordar temas de interesse comum. Os contatos estabelecidos, também com integrantes da administração do MIT, foram muito promissores para futuras interações”, destacou o pró-reitor de Pesquisa e Inovação, Paulo Nussenzveig, que foi o representante da USP no evento e apresentou uma palestra sobre o compromisso da Universidade com a democracia brasileira.
“O compromisso da USP com inovação vai além da inovação tecnológica, de modo que propusemos o tema da defesa da democracia, em que a USP teve grande impacto recente na nossa sociedade”, explicou o pró-reitor, referindo à Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito!, redigida por um grupo de professores e ex-alunos da Faculdade de Direito da USP e lida em um evento realizado nas dependências na FD, no dia 11 de agosto. O documento alcançou a marca de mais de 1 milhão de assinaturas.
A palestra precedeu uma apresentação do pesquisador sênior do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, cientista e ativista do clima, Carlos Nobre, intitulada “Amazônia perto de um ponto de inflexão: a necessidade de uma bioeconomia florestal inovadora efetiva”. Após a palestra, os participantes tiveram a oportunidade de discutir soluções para o tema.
Segundo Nussenzveig, a partir dessas discussões, o “objetivo é formar um grupo de trabalho, que será liderado pela USP, para elaborar estratégias de desenvolvimento sustentável na região; em particular, o estudo inicial de viabilidade de criação do Instituto Tecnológico da Amazônia”.
“A receptividade foi excelente. O público se engajou totalmente com o tema da Amazônia e com a necessidade de promover desenvolvimento sustentável, com a floresta em pé. O tema da democracia também sensibiliza muito, pois os ataques às instituições, com questionamentos desprovidos de evidências, de modo a enfraquecê-las, têm ocorrido em todo o ocidente”, destacou Nussenzveig.