Redes afetivas entre negras e indígenas revelam ativismo de mulheres nas Américas

Painel na USP convida pesquisadoras e ativistas do México, Equador, Estados Unidos e Brasil para discutir o papel de práticas afro-indígenas nos movimentos sociais

 29/11/2023 - Publicado há 1 ano     Atualizado: 04/12/2023 às 13:14
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Painel discutirá as práticas de ativistas negras e indígenas nas Américas – Fotomontagem: Jornal da USP – Imagens: Arte de Yacunã Tuxá via Instagram e 0melapics/Freepik

 

No dia 7 de dezembro, das 16 horas às 17h30, o Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP promoverá o painel on-line Construindo Redes Afetivas Afro-Indígenas: Mulheres, Educação e Ativismo, que terá a presença de palestrantes do México, Equador, Estados Unidos e Brasil, com tradução simultânea em inglês, português e espanhol. A programação, que conta com a presença de ativistas, educadoras e arqueólogas, discutirá as práticas de ativistas negras e indígenas nas Américas, especialmente na educação, no reconhecimento identitário e no papel social das mulheres. As inscrições ficam abertas até o dia do evento e podem ser feitas neste link. O painel ficará disponível no canal do Youtube do MAE.

Marianne Sallum – Foto: Lattes

“As mulheres hoje, como no passado, desempenham papéis centrais na luta pelos direitos civis de suas comunidades”, explica Marianne Sallum, organizadora do evento, destacando o ativismo de Sônia Guajajara, ministra dos povos indígenas do Brasil, e Célia Xakriabá, deputada federal em Minas Gerais. Daniela Balanzátegui, Stephen W. Silliman e Astolfo Araujo também participam da organização.

Além de traçar as trajetórias políticas das palestrantes convidadas, a programação também inclui uma discussão sobre as mobilizações lideradas por mulheres negras e indígenas contra o aquecimento global e a demanda por maior representatividade política.

A pedagoga e ativista Catarina Nimbopyruá Delfina trará a perspectiva da educação indígena para o cerne da discussão, destacando o papel da oralidade e dos conhecimentos ancestrais nas práticas pedagógicas. A experiência dentro dos movimentos sociais será explorada na fala de Watatakalu Yawalapiti, uma das articuladoras do Movimento das Mulheres Indígenas no Brasil, e da ex-senadora mexicana María Celeste Sugía, ativista afrofeminista. A relação entre culturas afro-indígenas e a arqueologia ficará sob responsabilidade da arqueóloga afro-equatoriana Katherine Chalá.

O painel é parte do seminário internacional Povos Indígenas e Afro-Descendentes nas Américas: Colaboração, Arqueologia, Repatriação e Herança Cultural, que abordará as estratégias de sobrevivência ao colonialismo adotadas por comunidades indígenas e afrodescendentes nas Américas. Resultado de uma parceria entre o Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas em Evolução, Cultura e Meio Ambiente (Levoc) do MAE e a University of Massachusetts – Boston (Umass-Boston), a programação abordará temas como defesa e preservação de territórios, mudança climática e diversidade linguística e cultural. 

“Diziam que não existíamos, o que era inimaginável para mim. Foi então que meu envolvimento com a arqueologia começou. Eu encontrava artefatos que provavam o contrário. Esses artefatos provavam que sempre estivemos aqui e me davam esperança.” (Natasha Gambrell)

Segundo Marianne, o evento busca aproximar a arqueologia das demandas indígenas e fortalecer parcerias entre a disciplina e as comunidades afro-indígenas. A pesquisa arqueológica tem se provado uma ferramenta indispensável na memória dos grupos afro-indígenas, como explicou Natasha Gambrell, arqueóloga indígena dos Estados Unidos, no primeiro painel do evento.

 

Serviço

Construindo Redes Afetivas Afro-Indígenas: Mulheres, Educação e Ativismo
Quando: 7 de dezembro, das 16 horas às 17h30
Onde: On-line, pelo Zoom
Inscrições: https://forms.gle/Ha9yHnP5B1ZaayLAA

Programação do evento – Imagem: Divulgação/MAE-USP

 

* Estagiária sob orientação de Tabita Said e Antonio Carlos Quinto


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