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Projeto Contrapontos propõe explorar as diferentes narrativas no Museu Paulista da USP
Evento com curadores e artistas discute os processos e sujeitos históricos que têm evidência em museus de história
Projeto Contrapontos propõe explorar as diferentes narrativas no Museu Paulista da USP, também conhecido como Museu do Ipiranga - Fotomontagem de Jornal da USP com imagens de Reprodução/Museu do Ipiranga e Humbsmauro/Wikimedia Commons
Neste sábado, 20 de abril, o Museu Paulista da USP promove um encontro com artistas e curadores ligados ao Projeto Contrapontos, a partir das 14 horas, no auditório do museu. A programação contará com a exibição de obras do acervo, momentos de conversa com o público e visita livre às exposições que contam com produções ligadas ao eixo Contrapontos. A partir de instalações em vídeos, Contrapontos pretende lançar novas interpretações para as exposições de longa duração do também chamado Museu do Ipiranga.
As produções tratam dos processos de resistência de povos indígenas e populações negras, territorialidade e formas de constituição de espaços domésticos por diferentes grupos sociais, como pessoas com deficiência e populações LGBTQIAPN +.
O evento terá tradução em Libras e irá oferecer recurso de audiodescrição mediante disponibilidade. A inscrição pode ser realizada neste link. É possível adquirir os ingressos para a visitação ao Museu pela plataforma Sympla ou na bilheteria do local, que funciona de terça a domingo, das 9 às 17 horas.
O Projeto Contrapontos pretende incentivar o debate público em relação às obras e ao projeto de curadoria ligados às exposições de longa duração do museu, que duram entre cinco e sete anos. “As exposições passam muitos anos em museus. A intenção é que sejam animadas por intervenções que as renovem a partir de outros olhares e que convidem a debater o que está exposto nas salas: obras, ideias, produções ou até a própria interpretação dos curadores que está ali expressa”, explica Paulo César Garcez, curador do museu e mediador da mesa de debate que ocorrerá no evento.
Em mostras como Uma História do Brasil, Passados Imaginados e Casas e Coisas, foram inseridas produções audiovisuais em monitores, todos sinalizados com a palavra “contrapontos”, indicando diálogos, revisões, reflexões e críticas dentro das exposições. “Nós temos o compromisso de rever as narrativas da história nacional a partir da discussão sobre nossos acervos. Muitas das pinturas e esculturas, encomendadas na primeira metade do século 20, reforçam tradicionalmente as assimetrias muito radicais que a história oficializada do nosso país construiu”, afirma Paulo.
Florestanias, Sertanias, Ribeirias
Disponível no Sesc TV, o documentário é fruto de umaparceria entre o Sesc Ipiranga, o Museu do Ipiranga e a USP - Vídeo: Sesct TV / Youtube
Uma das instalações apresentadas no Projeto Contrapontos é o filme Territórios de Resistência, Florestanias, Sertanias, Ribeirias. Fruto de uma parceria entre o Sesc Ipiranga, o Museu do Ipiranga e a USP, a obra evidencia o contínuo processo de exploração dos territórios e as violências incessantes para estabelecer um controle hegemônico que desconsidera os modos de existência, os direitos e saberes de seus habitantes.
O roteiro, estruturado em quatro partes, discute o papel ativo dos espaços físico e simbólico do museu na construção de narrativas e memórias e nos processos de resistência.
Para o curador do museu, a renovação de sentidos ao acervo do museu é uma decisão fundamental de revisão a um “protagonismo quase total aos homens de origem portuguesa e das elites, em detrimento total dos outros personagens sociais. Isso se estende também a uma questão de gênero”, lembra.
Programação
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14h – Boas-vindas, apresentação do evento e composição da mesa, com Isabela Ribeiro de Arruda (Supervisora de Educação, Museografia e Ação cultural do Museu Paulista)
14h15 – Abertura do evento, com Paulo César Garcez Marins (curador do museu)
14h30 – Apresentação de trecho do documentário Territórios de resistência e fala de Maria Thais Lima Santos (pesquisadora e pedagoga) e Yghor Boy (videoartista e fotógrafo), que dirigiram o documentário
15h – Apresentação do vídeo Casa de Bonecas e fala de Laysa Elias (artista audiovisual e performer) e Dourado (cantora, MC e performer), participantes do Grupo Mexa, que produziu a obra
15h30 – Debate com o público participante
16h – Visita livre às exposições, que contam com vídeos do eixo Contrapontos
Serviço:
Data: 20/4, às 14 horas
Local: Auditório do Museu Paulista – Parque da Independência, s/n – Ipiranga, São Paulo
Inscrições no link
Evento acessível em Libras
Audiodescrição mediante disponibilidade
Classificação: Livre
Mais informações: https://museudoipiranga.org.br/eventos-museu
*Estagiária sob supervisão de Tabita Said
**Estagiária sob supervisão de Simone Gomes de Sá
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