Pesquisadores dedicados à linguística africana estudam seu impacto no Brasil de hoje

Simpósio gratuito na USP reúne os primeiros docentes do Brasil a ocuparem cadeiras dedicadas ao estudo da linguística africana no País

 26/08/2024 - Publicado há 6 meses
Fotomontagem Jornal da USP com imagens de: NASA/Wikimedia Commons/Domínio público

 

No próximo dia 29 de agosto, o Departamento de Linguística da USP vai realizar o Simpósio Caminhos da Linguística Africana Hoje. O evento vai receber a professora Wânia Miranda, docente da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que ocupa a segunda cadeira do Brasil, dedicada à linguística africana no País. Além de Wânia, o evento conta também com a participação de docentes da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFLCH) para debater sobre a linguística africana e o impacto causado por estas linguagens no português falado hoje no Brasil.

O evento é gratuito e não é necessária inscrição prévia. O simpósio será uma plataforma de apresentação da professora à comunidade uspiana.

Alexander Yao Cobbinah – Foto: CV Lattes

O Departamento de Linguística da USP foi o primeiro departamento do Brasil a incluir linguística africana no currículo, e o primeiro a ter uma vaga dedicada à área, o que aconteceu apenas em 2018. Na ocasião, se aposentava a professora da USP e pioneira no estudo da linguística africana no Brasil Margarida Petter, que introduziu a área de línguas africanas no curso de Letras. Desde então, apenas neste ano, outra universidade brasileira dedicou uma cadeira para docentes especializados em linguística africana, ocupada por Wânia, na UFBA.

“Com sua herança histórica africana e a grande proporção de afrodescendentes na população, o Brasil poderia – e deveria – ser um dos centros internacionais da linguística africana. Eu vejo como um dos desafios dos atuais e futuros acadêmicos comprometidos com a linguística africana aqui no Brasil de fomentar o interesse nas línguas africanas, aumentar o número e a qualidade das pesquisas e colocar o Brasil no mapa da disciplina. Ainda estamos no começo desse caminho, mas eu vejo um potencial muito grande de alcançar esses objetivos”, comenta Alexander Cobbinah, docente da FFLCH e organizador do evento.

Cobbinah foi justamente o docente a ocupar a primeira cadeira destinada à linguística africana no Brasil. O evento que reunirá dois dos pioneiros na área se trata, de acordo com o professor, “de um acontecimento de relevância histórica e política, que dará nova força à pesquisa sobre línguas africanas no Brasil”.

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O evento vai contar com seis apresentações, um debate e um encerramento no qual será realizado o balanço dos novos e recentes caminhos da linguística africana. 

Professora adjunta na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) – Campus dos Malês – e recentemente parte do corpo docente da UFBA, Wânia Miranda é a segunda pessoa a ocupar uma cadeira de Linguística Africana no Brasil. Doutora em Linguística, possui graduação em Letras – Português/Linguística e mestrado em Linguística, todos pela USP. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Semântica, Pragmática e Contato de Línguas, atuando principalmente com os seguintes temas: sintagma nominal, sintagma verbal, línguas de contato, português brasileiro, variação linguística e comunidades quilombolas.


Serviço
Simpósio Caminhos da Linguística Africana Hoje

Data: 29/08, das 09h30 às 12h30
Local: Casa de Cultura Japonesa da USP
Endereço: Av. Prof. Lineu Prestes, 159 – Cidade Universitária – Butantã, São Paulo.

Divulgação: FFLCH/USP

 


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