A nova editoria tratará de temas relacionados às diversidades, inclusão social e questões étnico-raciais.
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Foto: Eric Haynes/Reprodução
O caminho é sem volta…
Antonio Carlos Quinto e Tabita Said estarão à frente da nova editoria de Diversidade e Inclusão do Jornal da USP
Desde que a USP passou a adotar as cotas como política afirmativa em 2016 – antes, em 2006, colocou em prática o **Inclusp – muita coisa aqui pelos lados da Cidade Universitária, no campus Butantã, mudou. Neste 2022, mais notadamente, é possível perceber os efeitos de uma mudança que se faz necessária… sempre se fez, aliás! É um caminho sem volta… sem retrocessos. É o trajeto para um futuro esperançoso de autoafirmações aos que, até então, sentiam-se impedidos, esquecidos, excluídos. É o caminho para uma sociedade mais justa.
A empreitada em direção à maior inclusão das diversidades nesta Universidade exige que todas e todos se dispam de velhos estereótipos e reconheçam que o momento é ímpar. A atual administração da USP, com o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior e a vice-reitora Maria Arminda do Nascimento Arruda, parte de forma determinada nesta direção, com a criação da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP), em maio deste ano, para centralizar e coordenar as ações da USP voltadas para as políticas afirmativas e de permanência, agregando-as às atividades de ensino, pesquisa e extensão. No mesmo passo e ritmo, a Superintendência de Comunicação Social inaugura no Jornal da USP – que veicula diariamente pela internet as principais informações desta Universidade – a editoria de Diversidade e Inclusão, que passa a integrar a publicação junto às outras editorias já estabelecidas: Ciências, Cultura, Atualidades, Universidade e Institucional.
A missão desta nova editoria é dar espaço à diversidade, de uma forma ampla, seguindo a linha editorial deste jornal, que foi fundado em 1985. Pretendemos mostrar ao leitor os quadros fiéis dos principais movimentos desta iniciativa… que é sem volta! Que é sem retrocesso! Nada é mais motivador no exercício jornalístico que o desafio, seja ele qual for. E será um desafio e um aprendizado diário acompanhar as mudanças de paradigmas que já acontecem neste cotidiano, de forma tão rápida, mas para o qual pretendemos estar atentos e de olhos bem abertos. Afinal, será um aprendizado. Assim consideramos que seja o jornalismo em sua essência: reportar os fatos e trocar experiências e aprendizados!
Quer observar? Pois faça uma de suas refeições – café da manhã, almoço ou jantar – num dos restaurantes universitários aqui do campus Butantã, na capital. Verás o que sempre viu: estudantes, funcionários e visitantes, por vezes. Mas há algo de novo, como a maior presença negra entre os frequentadores, um dos aspectos que mostram o quanto a USP vem se diversificando.
São novos ares que respiramos por aqui. O que mudou? Sendo também um reflexo da sociedade, a Universidade que outrora se estendia a uma elite paulistana e brasileira, agora abre suas portas para todas, todos e todes. E podemos dizer que é extensivo a todos os campi da USP. Com estes “novos ares”, os modos vão se modificando e os semblantes vão tomando formas e cores que, para muitos, eram até então desconhecidos. É perceptível também a mudança dos comportamentos, inclusive, nos objetos e autores das pesquisas recentes aqui desenvolvidas. Pesquisa que sustenta o desenvolvimento, a inovação, a produção e a reprodução do conhecimento para melhorar a vida dos brasileiros. Enfim, não haverá retrocesso! Não caberá retrocesso! Não há como pensar em retrocesso!
Mas sabemos que ainda é necessário muito mais. Ampliar o acesso, fortalecer a permanência e criar um ambiente de troca e resistências, para que a Universidade possa oferecer à sociedade os frutos de uma pesquisa científica que responda à diversidade da sociedade brasileira. O lugar de negro – espaço ocupado por Lélia Gonzalez e ocultado a tantas outras mulheres pretas -, o lugar de mulher – ainda inacessível e duramente percorrido – o lugar das pessoas com deficiência, das pessoas periféricas, das LGBTQIA+ e de estudantes da escola pública será a Universidade. Como sempre foi, como sempre deveria ter sido.
Nos campi da Universidade de São Paulo, retratos da sociedade brasileira
Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Os editores
Antônio Carlos Quinto é jornalista
Antônio Carlos Quinto – Foto: Marcos Santos/ USP Imagens
Nascido em São Paulo, graduado em Comunicação Social pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) em 1983, será o editor da nova seção. Seu trabalho como jornalista na USP começa em 1995, na Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) – hoje Superintendência de Comunicação Social (SCS) -, quando foi designado a atuar na então recém-criada Agência USP de Notícias. Lá exerceu a função de repórter, até se tornar diretor da mídia em 2000. Em paralelo à direção da Agência, produziu para a Rádio USP os informativos No Ar, Agência USP de Notícias, boletins com três minutos de duração contendo os resumos das pesquisas veiculadas na mídia. Na Agência USP de Notícias permaneceu como diretor até a sua incorporação ao Jornal da USP, em 2 de maio de 2016. Desde janeiro de 2018, o jornalista produz e apresenta, na Rádio USP, junto com sua colega e também jornalista Roxane Ré, o podcast Os Novos Cientistas, com entrevistas de novos pesquisadores da USP sobre os resultados de suas pesquisas.
Tabita Said é jornalista
Tabita Said – Foto: Marcos Santos/ USP Imagens
Nascida na periferia da zona leste de São Paulo, graduada em Jornalismo pela Universidade Bandeirante de São Paulo (2008), especializada em Mídia, Informação e Cultura pelo Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação da ECA/USP (2013), será a subeditora da nova seção. Foi assessora de comunicação na Secretaria de Segurança Pública do Estado e na Secretaria de Estado da Educação, ambas na capital paulista. Na Universidade há 11 anos, trabalhou na comunicação da Prefeitura do Campus da Capital e no Núcleo de Divulgação Científica. Lá, participou da criação das mídias do Ciência USP e do Canal da USP no Youtube, exercendo a função de repórter de ciências. Atuando na reportagem multimídia, produziu vídeos, podcasts e conteúdo para o público e para a mídia especializada. Participou da equipe audiovisual do Jornal da USP e atualmente tem produzido reportagens sobre projetos, coletivos e pesquisas da Universidade.
** Pelo Programa de Inclusão Social da USP (Inclusp), os candidatos ao vestibular de escolas públicas recebiam bônus (aumento) na nota da primeira fase e na nota final do vestibular da Fuvest. A porcentagem de bônus podia chegar a 25%, dependendo do grupo em que o candidato se inseria. Embora tenha sido a última Universidade estadual paulista a aderir às cotas, em 2021 a USP registrou o índice de 51,7% de alunos matriculados oriundos de escolas públicas em seus cursos de graduação e, dentre eles, 44,1% autodeclarados pretos, pardos e indígenas (PPI). Com a implementação da Comissão de Heteroidentificação no vestibular, a Universidade começará, já a partir do vestibular 2023, a apurar e agir sobre os casos de fraudes racial e socioeconômica na autodeclaração de pertencimento ao grupo PPI.
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.