Da proteção à criação: os pós-docs negros da USP nas fronteiras da inovação

Série de reportagem do Jornal da USP apresenta os perfis e projetos de participantes do Programa de Pós-Doutorado para Pesquisadores Negras e Negros

 07/05/2024 - Publicado há 7 meses     Atualizado: 12/06/2024 às 15:59

Texto: Silvana Salles

Arte: Joyce Tenório*

Programa selecionou 50 pesquisadores negros de variadas áreas do conhecimento – Fotomontagem de Jornal da USP com imagens de Cecília Bastos/USP Imagens e Reprodução/Freepik

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A diversidade de trajetórias e pesquisas de pós-doutorandos negros da USP

Desenvolvimento de produtos, novas tecnologias para a geração de energia, manejo ecologicamente correto na agricultura e prevenção à violência entre jovens nativos digitais. Essas são algumas das maneiras como um grupo de pesquisadores negros da USP vem trabalhando para inovar em diferentes áreas do conhecimento. Eles são bolsistas do Programa de Pós-Doutorado para Pesquisadores Negras e Negros, cujo edital lançado pela Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP) da USP, em 2023, contemplou 50 doutores negros, com trajetórias diversas.

Os pós-doutorandos bolsistas do programa da PRIP começaram seus projetos de pesquisa em meados do ano passado e já possuem resultados parciais de seus trabalhos. No final deste mês, o coletivo formado pelos bolsistas do programa promove o Encontro Sueli Carneiro e Kabengele Munanga de Pós-Doutorandos Negros e Negras da USP, para apresentar esses resultados de pesquisa e debater a continuidade das políticas de ação afirmativa no âmbito da pesquisa. O encontro, que acontecerá em São Paulo, está recebendo inscrições de trabalhos de recém-doutores e pós-doutorandos negros da Universidade que queiram participar da atividade.

A seguir, conheça os perfis e projetos de cinco pesquisadores negros que participam atualmente do programa de pós-doutorado da PRIP:

Samuel Cavalcante do Amaral
Samuel Cavalcante do Amaral - Foto: Arquivo pessoal
Samuel Cavalcante do Amaral

Bacharel, mestre e doutor em Biotecnologia pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Samuel Cavalcante do Amaral estuda cianobactérias desde a época do trabalho de conclusão de curso de graduação. As cianobactérias são um tipo de organismo que, embora seja às vezes chamado de “alga azul”, é na realidade um grupo de bactérias que fazem fotossíntese. “Elas foram os primeiros produtores de oxigênio no nosso planeta”, destaca o pesquisador, que começou a estudar esses microrganismos a partir de espécimes coletados em zonas de ressaca na Amazônia.

Samuel trabalha com extratos de cianobactérias para procurar compostos com atividade biológica. O extrato de cianobactéria é quase como um chá ou infusão de plantas: o pesquisador dilui o material original em um solvente e a partir daí procura compostos com potencial terapêutico, que podem servir para desenvolver medicamentos.

Para descobrir quais são as substâncias presentes nesses compostos, ele usa uma técnica de fracionamento do extrato, que aprendeu em Portugal durante o período sanduíche do doutorado. Ao fracionar a amostra, o pesquisador obtém extratos com diferentes concentrações. Foi por meio dessa técnica que durante o doutorado Samuel conseguiu identificar uma nova molécula com potencial terapêutico em uma cianobactéria amazônica.

“Dos fármacos que a gente conhece hoje, grande parte é inspirada nos produtos naturais, que são essas moléculas encontradas na natureza. Apenas 4% a gente pegou e está usando da mesma forma que foi isolado na natureza. O restante a gente pega, modifica e tenta aplicar, tenta criar um medicamento a partir daquilo”, explica o pesquisador.

Na USP, Samuel desenvolve seu projeto de pós-doutorado no Lab Azul, um laboratório de biotecnologia dedicado à pesquisa de produtos naturais gerados por micróbios, como as cianobactérias. O laboratório é coordenado pela professora Camila Crnkovic, na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP. Sob a supervisão da professora, Samuel está trabalhando para identificar moléculas de interesse farmacêutico produzidas por cianobactérias do gênero Nostoc, que vivem em solos úmidos de alguns biomas brasileiros. Os ensaios preliminares já revelaram algumas moléculas com ação contra leishmaniose e células cancerígenas.

“Essa ciano nunca teve seu ambiente químico explorado. Então, muito provavelmente vamos encontrar novas moléculas”, projeta Samuel. “A gente sabe que grande parte das moléculas que foram descobertas em cianobactérias ocorreu em outros países, aqui no Brasil tem poucos relatos. Existe um grande campo de pesquisa para ser explorado”, reflete o pesquisador.

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Mayara Ferreira Mendes
Mayara Ferreira Mendes - Foto: Arquivo pessoal

Gaúcha do extremo sul do Brasil, Mayara Ferreira Mendes nasceu, cresceu e estudou até o mestrado em Pelotas. Com o apoio da família e de seu orientador, ela se tornou mestre em uma das primeiras turmas do programa de pós-graduação em Biologia Animal da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Para continuar os estudos, Mayara se mudou para Porto Alegre, onde fez o doutorado na mesma área, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente, ela desenvolve sua pesquisa de pós-doutorado no Museu de Zoologia da USP, sob a supervisão do professor Carlos Einicker Lamas. Ela trabalha com uma família de insetos chamada Drosophilidae.

“Todo mundo em algum momento da escola, do ensino médio, já ouviu falar da Drosophila melanogaster, que é um organismo modelo dentro dessa dessa família. As pessoas não sabem, mas muito do DNA, da estrutura genética desse organismo tão pequeno, é similar ao homem. Então, a gente consegue testar uma série de questões usando essa espécie como o organismo modelo. Fora isso, os insetos de uma forma geral participam de uma série de relações com o ambiente, desempenham uma série de funções”, explica a pesquisadora. “Por exemplo, o declínio de insetos, se continuar ocorrendo da forma como está, vai afetar a polinização. Vai afetar a qualidade do solo, uma vez que eles fazem a ciclagem de nutrientes. Vai afetar a herbivoria, assim como também o controle de populações”, alerta.

Apesar das espécies mais famosas da família Drosophilidae serem as mosquinhas de frutas, Mayara estuda um grupo diferente dessa parentela. É o gênero Zygothrica, que reúne espécies que se alimentam de fungos. Sabe-se que estão presentes no Brasil 57 espécies desse gênero já descritas. No entanto, há muitos espécimes de diferentes biomas brasileiros que foram guardados em coleções entomológicas de museu sem identificação ou descrição.

A tarefa de Mayara no pós-doc consiste em aprofundar o conhecimento sobre as relações taxonômicas e ecológicas desses bichinhos. Para isso, ela está buscando as espécies nativas da Amazônia e da Mata Atlântica. Além de poder contar com a coleção entomológica do Museu de Zoologia, que é uma das maiores da América Latina, ela também está trabalhando com as coleções do Museu Paraense Emílio Goeldi e do projeto Sisbiota.

Logo que chegou ao Museu de Zoologia, a pesquisadora teve a sorte de topar com uma nova doação. “A gente recebeu uma remessa de indivíduos que foram encontrados infestando culturas de shiitake. Coincidentemente, eles eram espécies do gênero Zygothrica. Esse é o primeiro registro desse tipo de infestação, uma vez que as espécies só tem aqui e que a produção de shiitake é uma produção nova aqui na América Latina”, conta a bióloga.

O registro gerou um artigo que foi submetido a uma revista científica e aguarda o processo de arbitragem. No artigo, além de descrever as espécies que estavam infestando os cogumelos, Mayara e seus coautores se preocupam em propor formas de controle dos insetos que não passem por matá-los. “A gente não pode definir elas como insetos pragas, porque elas estão no ambiente natural delas, uma vez que essas culturas de shiitake estão em áreas florestais. O que está acontecendo é que está havendo uma superdisponibilização de recursos para essas espécies e elas estão sendo oportunistas”, explica a pesquisadora.

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Ramiro Marcelo dos Santos
Ramiro Marcelo dos Santos - Foto: Arquivo pessoal

Natural de Teresina, Ramiro Marcelo dos Santos iniciou sua trajetória acadêmica na Universidade Federal do Piauí (UFPI) em 2010, quando entrou na graduação em Física pelo sistema de cotas. Foi lá que ele começou a trabalhar com teorias quânticas para simulações de materiais, abordagem que continuou a desenvolver nas pesquisas de mestrado na UFPI e doutorado na Universidade de Brasília (UnB).

A abordagem científica que Ramiro utiliza serve para simular a aplicação de uma variedade de materiais novos em atividades tecnológicas, como a geração de energia. “Quando você tem qualquer material, você tem ali um conjunto de átomos e esses átomos têm um grande número de elétrons. Para simular as interações entre os elétrons, eu preciso de uma teoria que me explique o comportamento do elétron dentro daquele material. Existem diversas teorias quânticas que conseguem explicar”, diz o pesquisador.

Após conquistar o título de doutor em Física pela UnB, Ramiro se mudou para São Carlos para trabalhar em um projeto do Centro de Inovação em Novas Energias (Cine) – uma parceria entre Fapesp, Shell, USP, Unicamp e Ipen. Hoje, o pesquisador representa o Cine como bolsista no programa da PRIP. Ele desenvolve seu pós-doutorado vinculado ao Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP, sob a supervisão do professor Juarez Lopes Ferreira da Silva.

Na atual pesquisa de pós-doutorado, Ramiro estuda um mineral chamado perovskita, buscando combinações possíveis para o desenvolvimento de ligas que possam ser utilizadas em painéis solares. Embora a perovskita seja um mineral raro na natureza, ela pode ser facilmente sintetizada em laboratório, por meio de um processo bastante barato. O problema é que ainda não existem ligas de perovskita estáveis o suficiente para chegar ao mercado.

“Hoje, a maioria das células solares é feita de silício. O processo de produção é muito caro, gera resíduos. A perovskita é um material que absorve luz, assim como o silício. No entanto, quando você coloca esse material sob as condições de operação de uma célula solar, ali onde tem elevadas temperaturas, esse material se degrada muito rápido”, explica Ramiro. As simulações computacionais servem justamente para resolver esse problema. Não é uma tarefa fácil; exige supercomputadores com um enorme poder de processamento e a modelagem de alguns materiais pode demorar até seis meses para chegar a algum resultado.

Para o pesquisador, seu projeto de pesquisa se justifica por uma busca pela democratização da energia limpa, em meio aos desafios colocados pela transição energética. Ele lembra que o Brasil é o oitavo país no mundo na produção de energia solar, mas esse tipo de geração corresponde somente a 15% de nossa matriz energética. Isso significa que ainda há espaço para crescer. “Se conseguirmos ter avanços no desenvolvimento desses materiais, vamos ter um barateamento dos painéis solares, o que pode contribuir para o aumento da produção da energia solar, tornar mais acessível para pessoas de menor poder aquisitivo”, diz Ramiro.

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Erica Cruz
Erica Cruz - Foto: Arquivo pessoal

A carioca Erica Cruz atualmente se divide entre duas cidades: Campos de Goytacazes (RJ), onde cresceu e viveu durante a maior parte de sua vida, e São Paulo, onde desenvolve sua pesquisa de pós-doutorado no Departamento de Alimentos da FCF. Erica passa cerca de 15 dias em cada cidade. Em Campos de Goytacazes, ela sintetiza uma enzima chamada pectinase em um laboratório da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). Em São Paulo, ela traz a pectinase à USP para testar seus efeitos no tratamento de uma fibra alimentar chamada pectina, presente na farinha de casca da maracujá. A pesquisa atual é fruto da trajetória da pesquisadora também em dois lugares diferentes: a indústria e a academia.

Aos 59 anos, Erica é mestra e doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal da UENF, na linha de pesquisa em Tecnologia de Alimentos e Constituintes Químicos Vegetais, e soma 30 anos de trabalho na indústria, sobretudo no setor de alimentos. A carreira na indústria começou cedo, logo após o ensino médio. “Meu ensino médio foi ensino técnico em química. Eu sempre quis fazer engenharia química ou bacharel em química, alguma coisa relacionada. Só que na minha cidade não tinha. Não existia a UENF. Eu, inclusive, sou da primeira turma de Química da UENF”, conta a pesquisadora. No meio do caminho entre o ensino médio e a licenciatura em Química, ela se casou, fez um bacharelado em teologia e foi missionária no Nordeste. Na volta para Campos de Goytacazes, Erica entrou na licenciatura em Química da UENF. Formou-se em 2006. A pesquisa acadêmica veio mais tarde, em 2013.

Erica conta que teve muitas oportunidades de se envolver com atividades de pesquisa nas indústrias onde trabalhou. “Chegou um ponto em que, numa determinada empresa que eu trabalhei, eu pedi para eles que eu gostaria muito de fazer o mestrado. E aí, a empresa (disse): como você vai fazer o mestrado se você trabalha o dia inteiro? Simplesmente eu pedi para eles me mandarem embora”, lembra a pesquisadora, que desde então passou a se dedicar à carreira acadêmica, conciliando suas atividades de pesquisa com o trabalho como professora de química na rede estadual de ensino do Rio de Janeiro.

No doutorado, Erica trabalhou com a produção de uma enzima chamada celulase a partir de resíduos agroindustriais, utilizando um método desenvolvido pela professora Meire Lélis Leal Martins. A celulase costuma estar presente em alguns produtos de limpeza, como o sabão em pó, devido à sua capacidade de proteger tecidos durante a lavagem. No pós-doc, a enzima utilizada é outra, a pectinase. Ela também tem importância comercial, sendo muito utilizada na indústria de alimentos. Segundo a pesquisadora, a produção de enzimas é um processo caro e que representa um gargalo na indústria brasileira. Aproveitar os resíduos da agroindústria poderia baratear a produção de enzimas, além de dar um destino à enorme quantidade de resíduos sólidos que o setor gera.

Na USP, sob a supervisão do professor João Paulo Fabi, Erica está utilizando a pectinase sintetizada na UENF para melhorar uma farinha de casca de maracujá para consumo humano. A ideia é que, com a aplicação da enzima, a farinha passe a ter propriedades bioativas, trazendo benefícios para a saúde do consumidor. Mas, para chegar lá, ainda é preciso concluir uma etapa de testes in vitro e realizar uma etapa de testes in vivo, com um modelo animal. “O que eu desejo é que a gente produza mesmo uma farinha de melhor qualidade para os seres humanos e que se torne patente”, diz a pesquisadora.

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Taiza Ramos Ferreira - Foto: Arquivo pessoal

Graduada em Serviço Social, Taiza trabalhou por muitos anos em serviços de assistência social. Em 2012, quando estava na triagem do serviço de uma organização não governamental que oferecia atendimento psicológico a crianças e adolescentes, Taiza se deparou com o caso de uma menina que tinha mudado drasticamente de comportamento devido ao bullying que sofria na escola. Até então uma boa aluna, a menina viu suas notas caíram e ela passou a se automutilar. A direção da escola, então, orientou a família a buscar apoio psicológico para a criança.

Esse caso fez Taiza se interrogar sobre os efeitos do bullying sobre a saúde das crianças e adolescentes e as estratégias de prevenção a esse tipo de violência. Foi assim que começou sua jornada acadêmica sobre o tema, primeiro em um curso de especialização; depois no mestrado e no doutorado, todos na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); e, mais recentemente, atuando como professora substituta no curso de Serviço Social da Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Foi só depois que eu fiz esse caminho de volta e entendi que o tema me interessava, porque eu fui uma criança vítima de bullying”, reflete Taiza, que atualmente desenvolve sua pesquisa de pós-doutorado no Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina (FM) da USP, sob a supervisão da professora Maria Fernanda Tourinho Peres.

O bullying é uma prática de violência sistemática cometida entre crianças e adolescentes, que tem intencionalidade e causa danos aos envolvidos – tanto às vítimas quanto aos perpetradores e testemunhas. Taiza defende que o cyberbullying é um fenômeno diferente, pois a violência na internet tem uma audiência muito maior, não está restrita a um círculo próximo de crianças e adolescentes que se conhecem pessoalmente e traz um grave potencial de revitimização, pois pode ser reproduzida em diferentes plataformas, inclusive por desconhecidos. Desde o início deste ano, com a sanção da Lei 14.811/2024, o bullying e o cyberbullying são tipificados como crimes no Brasil.

No pós-doutorado, Taiza analisa estratégias de prevenção ao bullying, cyberbullying e violência nas escolas em diferentes Estados e cidades brasileiras. Seu projeto de pesquisa tem duas frentes. Em uma delas, a pesquisadora está mapeando que estratégias de prevenção a esses tipos de violência estão presentes nos planos de segurança pública e nas políticas de educação dos Estados brasileiros e de municípios que tiveram experiências de ataques em escolas. Um dos principais objetivos é levantar os tipos de ações intersetoriais que esses documentos propõem. Na outra frente de pesquisa, Taiza pretende entrevistar assistentes sociais em grupos focais para entender se e como a experiência destes profissionais têm sido aproveitada nas ações de combate ao bullying e à violência nas escolas.

“O que eu tenho começado a ver um pouco desses meus resultados é que boa parte dos planos até menciona fazer ações com outros setores, mas não deixa claro que setores são esses. E geralmente quando deixa muito específico, fala muito mais dessa dualidade, dessa relação entre a educação e a própria segurança pública. Como, por exemplo, essa coisa da ronda escolar, de fazer palestras para promover cultura de paz no ambiente das escolas. E aí a gente começa a pensar um pouco o quanto que seria importante, quando se pensa a revisão desses planos, considerar as outras políticas públicas”, diz Taiza, lembrando que desde 2019 existe uma lei federal que prevê a entrada de psicólogos e assistentes sociais nas escolas.

A pesquisadora também tem procurado observar como os planos e políticas que ela analisa consideram as experiências de violência que acontecem na internet. “A gente está falando de sujeitos que são digitais, de nativos digitais, como dizem alguns autores, né? E aí, será que esses planos estão considerando as experiências como cyberbullying, por exemplo, em que a gente tem tido uma crescente?”, questiona Taiza.

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*Estagiária sob supervisão de Moisés Dorado

**Texto alterado às 15h15. O original atribuía incorretamente a instituição de formação de Mayara Ferreira Mendes e o nome de seu supervisor de pós-doutorado.


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