
Na próxima terça-feira, 3 de dezembro, a Faculdade de Educação (FE) sedia a roda de conversa Aqui é Angola: presença dos povos bantus por uma educação antirracista, que irá debater propostas para uma educação antirracista a partir da filosofia dos povos bantus. O encontro acontecerá no auditório da FE, das 19h30 às 22 horas, e contará com transmissão simultânea pelo YouTube. Não é necessária inscrição prévia.
Odara Delé, uma das palestrantes da mesa, explica que a proposta da roda de conversa “é chamar lideranças, estudiosos e especialistas que já se debruçam sobre esses estudos dos saberes e fazeres dos povos bantus no Brasil para pensar instrumentos, ações e metodologias para uma educação antirracista”. Os projetos de pesquisa de Odara tratam da percepção sobre o continente africano, especificamente de Angola, a partir da presença e ausência das línguas angolanas.
Além de Odara, o evento contará com as contribuições de Tata Nkisi Katuvanjesi, dirigente do Terreiro de Candomblé Nzo Tumbansi e diretor do Instituto Latino-Americano de Tradições Afro Bantu, e Saloma Salomão, músico e dramaturgo que aborda o papel das artes como instrumento potencializador das práticas antirracistas.
Nós acreditamos que, a partir dos saberes herdados pelos povos bantus, é possível construir uma educação igualitária, onde crianças negras e não negras possam se respeitar e romper com essa lógica colonizadora dentro do ambiente escolar”.

O evento marca também a finalização da mobilidade acadêmica de Odara e simboliza o fortalecimento das alianças estabelecidas entre a FE e o Instituto Superior de Ciências da Educação do Sumbe (ISCED), em Angola. Após a roda de conversa, será lançado o catálogo Aqui é Angola: das escritas ao brincar, organizado por Odara Delé e fruto do intercâmbio da pesquisadora. O catálogo reúne informações e materiais de referência sobre as práticas de crianças brincantes. “Se a gente olhar para as práticas do cotidiano, principalmente nas brincadeiras das crianças, eles vão trazer uma perspectiva tecnológica de inovação, de utilizar os instrumentos que estão mais próximos deles, que para nós seriam descartáveis, mas que vão se transformar num instrumento lúdico. Eu acredito que essa é a principal estratégia para se pensar numa educação antirracista e ao mesmo tempo inovadora”, elabora Odara.