USP e Angola assinam acordo para qualificação de profissionais da saúde

O Instituto de Especialização em Saúde de Angola oferecerá bolsas de estudo para profissionais de saúde do país africano cursarem pós-graduação, especialização e residência na USP

 30/10/2024 - Publicado há 1 mês     Atualizado: 21/11/2024 às 15:24
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Grupo de pessoas brancas e pretas no palco do Conselho Universitário da USP.
A solenidade aconteceu na Sala do Conselho Universitário da USP, no dia 29 de outubro – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Leia este conteúdo em InglêsNa tarde desta terça-feira, dia 29 de outubro, a USP e o Instituto de Especialização em Saúde (IES) de Angola assinaram um acordo de cooperação técnica, acadêmica e científica para reforçar a formação de profissionais de saúde do país africano.

Com duração inicial de cinco anos, o acordo prevê a implementação de projetos conjuntos de ensino, pesquisa e extensão na área de saúde, com o intercâmbio de estudantes, docentes e pesquisadores. O governo angolano concederá bolsas de estudo aos profissionais previamente selecionados pelo IES, para cursarem programas de pós-graduação, residência e especialização nas unidades da USP interessadas em receber estudantes de Angola.

“Contamos com a grande colaboração de uma instituição de referência mundial, como é a Universidade de São Paulo, para auxiliar na formação especializada de nossos profissionais e, acima de tudo, para compartilhar experiências, não só na área de assistência médica, mas também na prevenção de doenças, na gestão administrativa e na comunicação. Aprendemos muito com o Brasil e, nessa caminhada, contamos com a experiência da USP para que possamos atingir nossos objetivos”, afirmou a ministra da Saúde de Angola, Sílvia Paula Valentim Lutucuta.

Um homem branco e um homem preto apertam as mãos. Ao lado deles, uma mulher branca e uma mulher preta aplaudindo.
[A partir da esquerda] Livia Milena Barbosa de Deus e Mello (Ministério da Saúde do Brasil), Mateus Guilherme Miguel (Instituto de Especialização em Saúde de Angola), Carlos Gilberto Carlotti Junior (USP) e Sílvia Lutucuta (Ministério da Saúde de Angola) – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
O reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, fez questão de ressaltar o interesse da USP de aprofundar a parceria com países africanos de língua portuguesa. “A internacionalização da Universidade tem sido considerada uma ferramenta para melhorarmos a nossa capacidade de fazer pesquisa, de ensinar. Nesse contexto, embora nossos maiores parceiros estejam na Europa e nos Estados Unidos, estamos trabalhando para ampliar a parceria com os países da América Latina e os países da África, principalmente Angola e Moçambique. A vinda de pesquisadores angolanos para a USP, trazendo sua língua, sua cultura, toda a experiência de um povo, enriquece ainda mais a vida na Universidade e aproxima o povo brasileiro do povo angolano”, afirmou o reitor.

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Em fevereiro deste ano, a USP e o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação de Angola assinaram o contrato do Projeto de Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia, que oferecerá mais de 100 bolsas para a formação em pós-graduação de docentes e pesquisadores angolanos.

Segundo o pró-reitor adjunto de Pós-Graduação, Adenilso da Silva Simão, “atualmente, Angola é a terceira nacionalidade de alunos estrangeiros na USP e isso é uma grande alegria para nós. Durante muito tempo, a internacionalização era vista apenas como o envio de nossos estudantes para as universidades estrangeiras, mas faltava a outra via, ou seja, o acolhimento que podemos oferecer aqui”.

Formação de Recursos Humanos em Saúde Brasil-Angola

O acordo entre a USP e o IES se dá no âmbito do Programa de Formação de Recursos Humanos em Saúde Brasil-Angola, do governo brasileiro. Criado em abril, a iniciativa é uma cooperação técnico-educacional entre os dois países com o objetivo de fortalecer o sistema público de saúde angolano, ampliando as competências clínicas e administrativas dos seus profissionais.

O programa é coordenado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores, em parceria com o Ministério da Saúde, o Ministério da Educação e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).

“Com esse programa, até 2027, temos a meta de qualificar 38 mil profissionais das 17 províncias angolanas, e temos a certeza de que ele também contribuirá para qualificar todos os trabalhadores brasileiros que estiverem envolvidos no processo formativo. Dessa forma, nossos objetivos estratégicos são melhorar a qualidade de gestão dos recursos humanos e garantir a distribuição equitativa de profissionais de saúde qualificados em Angola”, explicou a diretora do Departamento de Gestão da Educação na Saúde da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde do Brasil, Livia Milena Barbosa de Deus e Mello, representando a ministra Nísia Trindade Lima.

Também prestigiaram a solenidade o diretor do Instituto de Especialização em Saúde de Angola, Mateus Guilherme Miguel; a chefe de Gabinete da ABC, Andréia Rigueira; o diretor adjunto da Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (Aucani), Paulo Henrique Braz da Silva; Vilanice Alves de Araújo Püschel e Ana Luiza Vilela Borges, respectivamente, diretora e vice-diretora da Escola de Enfermagem; e representantes dos governos brasileiro e angolano.


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