O recém-graduado contou que o processo de analisar os discursos das canções de Rico foi um tanto doloroso. “Eu parei para chorar diversas vezes durante a pesquisa. Dói muito! Até porque as concepções de amor que temos foram criadas pela branquitude”, descreveu. “Se eu saí do Rio Grande Norte e cheguei até aqui foi porque eu precisava comunicar isso. Eu precisava dizer que esses novos olhares não bastam. Precisamos de mais. Precisamos enxergar a comunicação com outros olhos. Não só isso, precisamos questionar que academicismo é esse que temos reproduzido. Porque o academicismo que afasta tem gênero, tem cor, e nem leva em consideração as nossas linguagens”, criticou Theo. Ele defende a ampliação dos programas de acolhimento e permanência estudantil dentro das universidades.
Além das apresentações, 54 oficinas e minicursos estiveram presentes no Intercom. O Jornal da USP acompanhou o minicurso Racismo algorítmico: da pesquisa às políticas públicas ministrado por Tarcizio Silva, doutorando em Ciências Humanas e Sociais na Universidade Federal do ABC (UFABC). Por meio de estudos realizados nacionalmente e internacionalmente, o pesquisador propôs o seguinte questionamento: “até que ponto poderemos decolonizar as inteligências artificiais?”. “Existe uma colonialidade no desenvolvimento dos softwares. Para além disso, no universo dos dados o apagamento também existe, o epistemicídio algorítmico, que impede o alcance de pesquisas e conteúdos produzidos nas redes sociais desenvolvidos pela comunidade negra”, explicou Silva.
Ao final do evento, houve a entrega da Expocom, premiação destinada aos melhores trabalhos experimentais produzidos exclusivamente por estudantes no campo da comunicação. Durante a cerimônia, foram realizadas batalhas de hip hop, com versos que traduziam apoio e encorajamento para a continuação de pesquisas realizadas a partir de uma ótica emancipatória e pertencente nos estudos em comunicação.