As acusações de racismo desferidas contra o escritor paulista Monteiro Lobato (1882-1948) se devem ao fato de que o “filtro” do politicamente correto do século 21 se aplicou a uma obra do início dos anos 30 do século 20.
Foi o que afirmou o pesquisador Vladimir Sacchetta, um dos curadores da exposição Monteiro Lobato Sem Fronteiras – em cartaz na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) da USP -, em entrevista no programa Via Sampa, da Rádio USP (93,7 MHz). Leia mais sobre a exposição neste link.

Na entrevista, Sacchetta lembrou que, no mesmo livro em que a boneca Emília faz malcriações para a Tia Nastácia – Caçadas de Pedrinho, de 1933, obra que gerou as críticas de racismo a Lobato -, o personagem Pedrinho caça uma onça-pintada, hoje um animal protegido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), cuja caça constitui crime inafiançável. “É preciso sempre que alguém faça a leitura para a criança, explicando que aquelas malcriações são impensáveis nos dias de hoje.”
A entrevista no programa Via Sampa foi realizada no dia 15 de maio de 2018 e contou com a presença do diretor do Instituto de Estudos Monteiro Lobato (IEMB), de Taubaté (SP), Luciano Mizrahi Pereira, também curador da mostra Monteiro Lobato Sem Fronteiras.
Sacchetta e Pereira foram entrevistados por Miriam Ramos e por Marcello Bittencourt.
Via Sampa vai ao ar diariamente, ao meio-dia, pela Rádio USP. A produção é de Heloisa Granito e a apresentação, de Miriam Ramos.
Ouça no link acima a íntegra da entrevista.