Foto: Wikimedia Commons

Livro mostra o cotidiano de lazer, arte, cultura e ambiente do Parque do Ibirapuera

Reportagem especial do Jornal da USP destaca o parque mais amado pelos paulistanos

 03/06/2016 - Publicado há 8 anos     Atualizado: 13/10/2021 às 12:16

Com cerca de 200 mil visitantes a cada final de semana, o Parque do Ibirapuera – inaugurado em 1954 para comemorar o quarto centenário da cidade de São Paulo – é um dos locais mais amados pelos paulistanos. Eleito pelo jornal inglês The Guardian um dos melhores parques urbanos do mundo, ele chegou à sua sexta década de existência como um centro de lazer, arte, cultura e proteção ambiental. Pontilhado de obras do arquiteto Oscar Niemeyer, nele se encontram instituições como o Museu de Arte Contemporânea (MAC) e o Museu de Arte Moderna (MAM), espaçosos jardins, alamedas, lagos e centenas de espécies vegetais e animais. Contrastando com a agitação da cidade que o abriga, esse ambiente está registrado no livro Parque do Ibirapuera – 60 Anos, do professor Francisco Alambert, do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, que acaba de ser lançado.

Por Leila Kiyomura

Correr, desfrutar da beleza dos três lagos e, enquanto descansa, poder apreciar as exposições do Museu de Arte Moderna (MAM), do Museu de Arte Contemporânea (MAC) e do Museu Afro Brasil. Ou ouvir apresentações de música no auditório, com os detalhes intrigantes da arquitetura de Oscar Niemeyer. No ritmo desse roteiro, que já faz parte do cotidiano da cidade, os frequentadores podem não se dar conta, mas estão em um dos oito parques considerados entre os melhores do mundo.

20160603_ibirapuera_capa“Como assim? O Ibirapuera? Mais bonito que o Hyde Park? Que o Central Park?” A esse questionamento, o professor Francisco Alambert, do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, responde com o livro Parque do Ibirapuera – 60 Anos, lançamento bilíngue (inglês-português) da Editora Brasileira de Arte e Cultura. Na verdade o Parque vai completar, em agosto, 62 anos. Mas que se renovam a cada dia. Leia mais.

Um lugar para o sonho acordado, para o descompromisso em uma cidade que cultua o trabalho. Um lugar para o dia em uma cidade que cultua sua noite.
Francisco Alambert

Paulo Monteiro, sem título, 1985. Exposição Visões da Arte no acevo Mac-Usp (1950-2000) . Local: MAC Ibirapuera - foto Cecília Bastos/Usp Imagens
Sem título,1973 - Mira Shendel, Zurique,Suiça,1919_SP_Brasil_1988. Exposição Visões da Arte no acevo Mac-Usp (1950-2000) . Local: MAC Ibirapuera - foto Cecília Bastos/Usp Imagens
Sem título, 1984-85 - Daniel Senise Exposição Visões da Arte no acevo Mac-Usp (1950-2000) . Local: MAC Ibirapuera - foto Cecília Bastos/Usp Imagens
Rafael Canogar, os revolucionários, 1968. Exposição Visões da Arte no acevo Mac-Usp (1950-2000) . Local: MAC Ibirapuera - foto Cecília Bastos/Usp Imagens
Giuseppe Santomaso, Amanhecer sobre Foices, 1953. Exposição Visões da Arte no acevo Mac-Usp (1950-2000) . Local: MAC Ibirapuera - foto Cecília Bastos/Usp Imagens
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Personagens falam de um espaço que contrasta com a agitação da cidade

Frequentadores contam por que são atraídos pelo Parque do Ibirapuera

Recomendo o parque para meus pacientes

“Corro todos os dias por aqui, no início da tarde, e vou em todas as exposições, tanto do MAC (Museu de Arte Contemporânea) como do Museu Afro Brasil e do MAM, que, por sinal, tem também um dos melhores restaurantes da cidade”, comenta o médico cardiologista Marcos Gorayeb, de 37 anos. “Eu indico o Parque do Ibirapuera para os meus pacientes como espaço de lazer, esporte e cultura. Nasci em São Paulo e cresci passeando neste parque.”

Ele oferece tudo o de que precisamos

Também a advogada Mara Hernandes atravessa a passarela com os filhos para ver as exposições do MAC. “Este parque oferece tudo o de que precisamos, ou seja, o espaço mental e físico e também o lazer para a família. Meus filhos, de 7 e 10 anos, gostam muito das esculturas interativas do MAC. E não vão embora sem ir na cobertura. Querem apreciar a vista mais bonita da cidade.”

Encontro aqui a minha história

Quando vem ao parque para andar de skate, César de Souza, de 19 anos, baiano de Salvador, sempre faz uma pausa para ver as exposições. “Estudo artes plásticas na Faap (Fundação Armando Álvares Penteado) e sempre visito o Museu Afro Brasil. Encontro aqui a minha história. No ano passado, quando vi a mostra ‘África Africans’, tive uma referência importante para os meus trabalhos e também para um futuro mestrado. Quem sabe na USP, que tem especialistas em arte africana.”

O Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP, o Museu de Arte Moderna (MAM) e o Museu Afro Brasil – localizados no Parque do Ibirapuera – têm, entre seus frequentadores, um público cativo. Para descansar dos exercícios físicos, aproveitam para observar as exposições. Prova disso é o próprio MAC. Segundo um levantamento oficial, desde a instalação definitiva para a nova sede, em 2014, o número de visitantes foi aumentando a cada dia.
Em 2013, quando o museu ainda não tinha mudado para a atual sede, o MAC registrou um total de 125 mil visitantes. Em 2014, com o novo prédio, esse número saltou para 284 mil. De 2015 até o momento, continua sendo analisada a frequência, mas a expectativa é de que o público tenha dobrado. Leia mais

MAC Ibirapuera - Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Lugar é refúgio dos paulistanos

É nesse parque, entre jardins e prédios projetados por dois mestres, Burle Marx e Oscar Niemeyer,
que cidadãos de São Paulo, do Brasil e do mundo encontram momentos de paz e tranquilidade

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Edição: Roberto Castro,
Reportagem: Leila Kiyomura,
Fotos: Cecília Bastos,
Vídeo: Pedro Bolle,
Arte: Thais H. Santos e Moisés Dorado

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