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A Presença Portuguesa em São Carlos é o nome da exposição que está em cartaz no campus da USP em São Carlos até 5 de maio. A mostra – que lembra o “descobrimento” do Brasil e o Dia da Comunidade Luso-Brasileira, comemorados no dia 22 de abril – está instalada na Biblioteca da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP e tem a colaboração da Fundação Pró-Memória, da Prefeitura Municipal de São Carlos.
Como é explicado na exposição, os portugueses chegaram à região de São Carlos na segunda metade do século 19, época de fundação da cidade. “Aqui estiveram desde a tomada de posse de sesmarias que estabeleceram a propriedade privada da terra, até a chegada da frente cafeeira, em cujo processo deu-se o desenvolvimento da cidade de São Carlos”, mostra um dos cartazes da mostra.
No final do século 19 e durante o século 20, novos imigrantes portugueses se estabeleceram em São Carlos, inserindo-se na lavoura, no comércio e nos serviços. “Ainda hoje a presença portuguesa é sentida, em especial no setor industrial e nas universidades.”
Em 1915, foi inaugurado um Vice-Consulado de Portugal em São Carlos. Francisco Ferreira foi o primeiro vice-cônsul, até se mudar para Portugal, três anos depois. “Esse órgão oficial assistia aos portugueses que aqui chegavam em busca de trabalho.”
A mostra dá informações também sobre literatura portuguesa, destacando a obra de Ambrósio dos Santos, poeta luso são-carlense. Nascido em Portugal, chegou a São Carlos ainda criança, com a família. Escreveu poemas do cotidiano de São Carlos, que publicava no jornal A Cidade. Culinária portuguesa e relatos de imigrantes também são mostrados na exposição.

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“A Presença Imigrante em São Carlos é um projeto de 2004 que a Pró-Memória desenvolveu para trabalhar com diferentes grupos étnicos que tivessem contribuído, ou que ainda contribuem, com o desenvolvimento e as transformações de São Carlos”, explica Leila Maria Massarão, historiadora e chefe de Divisão de Pesquisa e Divulgação da Fundação Pró-Memória.
A Fundação Pró-Memória tem um banco de exposições itinerantes que são mostras produzidas com a intenção de serem “emprestadas” para instituições. Cada projeto e cada etnia são pesquisados para que sejam apresentados ao público. É utilizado o recurso da história oral para que as comunidades, que permanecem na cidade, falem sobre sua própria experiência em São Carlos. Dessa forma, segundo a historiadora, as exposições acaba sendo mais que a exibição de uma cultura mas, sim, de vidas.

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“Esse envolvimento das pessoas das comunidades em contar sua própria história, sua participação em São Carlos, é o elemento mais importante desse projeto. Ele dá voz a pessoas de diferentes níveis, de diferentes períodos de permanência em São Carlos, de famílias que são mais recentes ou mais antigas”, conta Leila.
Esta é a segunda vez que a fundação faz parceria com a USP. No ano passado, a exposição As Escolas Públicas de São Carlos na Primeira República foi cedida à Biblioteca do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC).

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A mostra pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 8 às 21 horas. A Biblioteca da EESC está localizada no campus 1 da USP em São Carlos, situado na Avenida Trabalhador São-Carlense, 400.
Mais informações com o Serviço de Biblioteca da Escola de Engenharia de São Carlos pelos telefones (16) 3373-9247 / 9207 e e-mail biblioteca@eesc.usp.br.