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Histeria: neurose que se caracteriza pela presença de sinais diversos (paralisias, distúrbios visuais etc.) e que podem ser reproduzidos por sugestão ou autosugestão. Espasmos incontroláveis nos olhos, pernas, braços, orelhas. Falta de controle sobre o próprio corpo.
Todo tipo de sintoma é reproduzido na performance de Daniel Whiley em Hysteria (2015), curta do londrino Maurice Kelliher. Sobre o intérprete são projetados vídeos de ex-soldados da Primeira Guerra Mundial, mostrando como surgiram as primeiras manifestações da histeria, ressignificadas por Freud. Whiley transporta os traumas do início do século para os dias de hoje.
Após passar pela exposição Trauma, da Science Gallery Dublin, na Irlanda, a instalação Hysteria está sendo exibida no segundo andar do Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma) da USP. A performance faz parte da programação do 12º Simpósio de Estudos Irlandeses, promovido pela Cátedra de Estudos Irlandeses W. B. Yeats da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
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A obra Hysteria acompanha o tema do evento, Repensando o trauma cultural a partir de uma perspectiva transnacional. O simpósio discute o resultado de pesquisas realizadas em universidades de diversos países, como Irlanda, Alemanha, Polônia, Estônia, Croácia, Índia, Estados Unidos e Japão.
Para Sarah Durcan, artista e gerente de operações globais da Science Gallery Dublin, o curta Hysteria desperta inquietação e empatia no espectador. “E se nossas memórias traumáticas não ficassem apenas nas nossas mentes, mas sim nos nossos corpos?”, reflete Sarah. “O que nós aprendemos com o nosso corpo nós não esquecemos. E como fazemos para nos livrarmos dessas memórias?”, indaga.
A histeria, também conhecida por war neurosis (neurose de guerra), foi ressignificada por Freud após casos verificados em soldados da Primeira Guerra Mundial. Para o pai da psicanálise, a histeria acontece na mente. Não é fruto de uma desordem física, mas sim de um trauma mental que repercute no nosso corpo.
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Hysteria está em exposição no Centro Universitário Maria Antonia (Rua Maria Antonia, 294, Vila Buarque, em São Paulo) até o dia 3 de setembro, de terça a sexta-feira, das 10h às 18h. Entrada gratuita. Mais informações pelo telefone (11) 3123-5200.