Antonio Candido e Ferreira Gullar são homenageados pela ABCA

Em cerimônia em São Paulo, professores da USP Tadeu Chiarelli e Giselle Beiguelman recebem prêmios

 26/05/2017 - Publicado há 7 anos
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Exposição de Francisco Brennand, de 89 anos, foi considerada a melhor de 2016 – Foto: Fernando Gomes

A tradicional cerimônia da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), que premia os artistas, pesquisadores e críticos que se destacaram durante o ano – realizada no dia 23 de maio, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo -, foi aberta com uma homenagem ao crítico de arte e professor da USP Antonio Candido e ao poeta Ferreira Gullar, que morreram recentemente.

“São dois importantes mestres. Antonio Candido é a referência ética para o nosso trabalho em prol da cultura brasileira. Ferreira Gullar tem uma trajetória referencial na crítica de arte”, afirma Maria Amélia Bulhões, presidente da ABCA. “Não podemos deixar de lembrá-los e homenageá-los em um evento que agrega artistas, pesquisadores e críticos de todo o País.”

Maria Amélia lembra que a ABCA, como a primeira instituição a incentivar a crítica de arte, fundada em 1949, vem estimulando a preservação da memória de pesquisadores, críticos e artistas. “Os nomes das diferentes categorias do prêmio homenageiam importantes críticos de nossa história da arte, relembrando os que se dedicam à cultura brasileira. A tarefa de preservação dessa memória é nossa contribuição para manter vivos os ideais e valores que nos inspiram, e um grande exemplo é, sem dúvida, o mestre Antonio Candido.”

Tadeu Chiarelli recebeu o Prêmio Mário de Andrade por sua trajetória – Foto: Manuel Reis

Neste ano, o Prêmio ABCA destacou nomes como o do artista pernambucano Francisco Brennand, que, aos 89 anos, apresentou a mostra Senhor da Várzea, da Argila e do Fogo, apresentada com a curadoria de Emanoel Araújo. Também o paulista de Capivari Antonio Carelli, 90 anos, em plena atividade, recebeu uma homenagem especial. “Estou feliz. Em um momento em que o Brasil atravessa um momento político e econômico tão difícil, a arte mostra a que veio. A criatividade da arte brasileira é a nossa grande riqueza.”

Professor do Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, crítico e curador, Tadeu Chiarelli recebeu o Prêmio Mário de Andrade por atuar na valorização da arte brasileira e na formação dos jovens artistas há mais de três décadas. “Estou feliz por receber esse prêmio que leva o nome de um grande crítico, escritor e incentivador da cultura brasileira”, diz. Chiarelli tem uma trajetória à frente das principais instituições da arte do País, incentivando a pesquisa e o ensino. Foi curador-chefe do Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, diretor do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP e, nos últimos anos, atuou na direção da Pinacoteca do Estado.

Giselle Beiguelman, artista e professora da FAU – Foto: Leila Fujii

Gontran Guanaes, 84 anos, paulista de Vera Cruz que mora e trabalha na França, recebeu a homenagem através do jovem artista Fábio Ribeiro. “Gontran está muito doente, mas ficou sabendo com muita alegria do Prêmio ABCA”, observou Ribeiro. Também o baiano de Arapiranga Juarez Paraíso, 83 anos, foi reverenciado pela sua trajetória. Neste ano, a ABCA procurou destacar aqueles que têm uma história marcante na arte brasileira, como a escritora e arte-educadora Maria Helena Andrés e o internacional Abraham Palatnik, pioneiro da arte cinética.

A artista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP Giselle Beiguelman recebeu o Prêmio Destaque, pelo trabalho na formação dos jovens arquitetos e artistas e também pelas intervenções em espaços públicos e projetos em rede. A ABCA vem também incentivando e premiando os artistas contemporâneos, como o paraibano José Rufino, ganhador do Prêmio Mário Pedrosa. A ABCA homenageou os artistas e críticos com o troféu criado especialmente por Maria Bonomi, artista e professora da ECA.


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