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A tradicional cerimônia da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), que premia os artistas, pesquisadores e críticos que se destacaram durante o ano – realizada no dia 23 de maio, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo -, foi aberta com uma homenagem ao crítico de arte e professor da USP Antonio Candido e ao poeta Ferreira Gullar, que morreram recentemente.
“São dois importantes mestres. Antonio Candido é a referência ética para o nosso trabalho em prol da cultura brasileira. Ferreira Gullar tem uma trajetória referencial na crítica de arte”, afirma Maria Amélia Bulhões, presidente da ABCA. “Não podemos deixar de lembrá-los e homenageá-los em um evento que agrega artistas, pesquisadores e críticos de todo o País.”
Maria Amélia lembra que a ABCA, como a primeira instituição a incentivar a crítica de arte, fundada em 1949, vem estimulando a preservação da memória de pesquisadores, críticos e artistas. “Os nomes das diferentes categorias do prêmio homenageiam importantes críticos de nossa história da arte, relembrando os que se dedicam à cultura brasileira. A tarefa de preservação dessa memória é nossa contribuição para manter vivos os ideais e valores que nos inspiram, e um grande exemplo é, sem dúvida, o mestre Antonio Candido.”
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Neste ano, o Prêmio ABCA destacou nomes como o do artista pernambucano Francisco Brennand, que, aos 89 anos, apresentou a mostra Senhor da Várzea, da Argila e do Fogo, apresentada com a curadoria de Emanoel Araújo. Também o paulista de Capivari Antonio Carelli, 90 anos, em plena atividade, recebeu uma homenagem especial. “Estou feliz. Em um momento em que o Brasil atravessa um momento político e econômico tão difícil, a arte mostra a que veio. A criatividade da arte brasileira é a nossa grande riqueza.”
Professor do Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, crítico e curador, Tadeu Chiarelli recebeu o Prêmio Mário de Andrade por atuar na valorização da arte brasileira e na formação dos jovens artistas há mais de três décadas. “Estou feliz por receber esse prêmio que leva o nome de um grande crítico, escritor e incentivador da cultura brasileira”, diz. Chiarelli tem uma trajetória à frente das principais instituições da arte do País, incentivando a pesquisa e o ensino. Foi curador-chefe do Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, diretor do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP e, nos últimos anos, atuou na direção da Pinacoteca do Estado.
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Gontran Guanaes, 84 anos, paulista de Vera Cruz que mora e trabalha na França, recebeu a homenagem através do jovem artista Fábio Ribeiro. “Gontran está muito doente, mas ficou sabendo com muita alegria do Prêmio ABCA”, observou Ribeiro. Também o baiano de Arapiranga Juarez Paraíso, 83 anos, foi reverenciado pela sua trajetória. Neste ano, a ABCA procurou destacar aqueles que têm uma história marcante na arte brasileira, como a escritora e arte-educadora Maria Helena Andrés e o internacional Abraham Palatnik, pioneiro da arte cinética.
A artista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP Giselle Beiguelman recebeu o Prêmio Destaque, pelo trabalho na formação dos jovens arquitetos e artistas e também pelas intervenções em espaços públicos e projetos em rede. A ABCA vem também incentivando e premiando os artistas contemporâneos, como o paraibano José Rufino, ganhador do Prêmio Mário Pedrosa. A ABCA homenageou os artistas e críticos com o troféu criado especialmente por Maria Bonomi, artista e professora da ECA.