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Fotomontagem de Jornal da USP com imagens de Freepik e FMUSP
Repositório de dados da Faculdade de Medicina ajuda na articulação entre cientistas
Observatório da Produção Intelectual disponibilizou dados que nortearam a resposta científica à pandemia de covid e se tornou uma vitrine dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável proposto pela ONU
Este repositório vem sendo construído desde 2014, quando se iniciou um mapeamento da produção acadêmica no Complexo da Saúde, que envolve diversos institutos, hospitais e faculdades da USP. Rosa Maria Fishi, bibliotecária e uma das principais gestoras do projeto, descreve sua elaboração: “Em primeiro lugar organizamos as métricas, tais como o índice de impacto das publicações e as citações dos trabalhos. A partir disso, surgiu um espaço virtual próprio com todos os trabalhos produzidos e com várias maneiras de se realizar as consultas – por assunto, por data, por nome do autor, pelo grupo de trabalho. Ele entrou no ar em 2018 com esse nome.”
O passo seguinte, segundo Rosa, foi organizar comunidades temáticas virtuais dentro do site. A primeira delas, dedicada à covid, pode ser acessada no site institucional, com 1.351 itens até o momento, entre artigos científicos, comunicações em eventos e livros. Este número aumenta mês a mês, quando ocorrem as atualizações dos dados.
Roger Chammas – Foto: Reprodução/ABC-ORG
Gráfico da quantidade de artigos produzidos a cada ano pela área da saúde produzido pelo Observatório da Produção Intelectual da Biblioteca da Faculdade de Medicina — Foto: Reprodução/FMUSP
A segunda comunidade temática organizada teve como eixo os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela ONU em 2015 com metas estabelecidas para 2030 e foram definidas no texto do documento da seguinte forma: “São um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade.”
Para que isso possa ser efetivamente alcançado, foram definidos 17 objetivos com indicadores de avaliação explicitados para que possa haver análises ao longo dos anos e verificar se as metas poderão ser cumpridas dentro do prazo. Por exemplo, o primeiro objetivo é a erradicação da pobreza e uma das metas é “até 2030, erradicar a pobreza extrema para todas as pessoas em todos os lugares, atualmente medida como pessoas vivendo com menos de US$ 1,90 por dia.”
Alguns dos objetivos e os indicadores estão relacionados diretamente ao conhecimento científico, como no caso do Objetivo 3, que visa a “garantir o acesso à saúde de qualidade e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.” De fato, os indicadores descritos se relacionam com diminuição da mortalidade materna, neonatal e infantil; buscam acabar com as epidemias de aids, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas; diminuir o abuso de substâncias entorpecentes; e ampliar a vacinação em todos os lugares.” Todas essas questões e outras mais foram objeto de pesquisa na Faculdade de Medicina e estão organizadas aqui. Constam 9.629 itens que, de alguma forma, dialogam com as metas estabelecidas pela ONU para a saúde. Além dos documentos, foram produzidos vídeos com cientistas renomados da instituição, que explicam suas pesquisas frente à proposta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Na área da Saúde temos a professora Esther Caldeira Sabino contando sobre as pesquisas com a doença de Chagas.
Outros Objetivos do Desenvolvimento Sustentável também estão devidamente elencados na comunidade temática, num total de 16 categorias, juntamente com os vídeos, ainda em fase de produção e que podem ser conferidos na página da FMUSP, onde há mais detalhes sobre o assunto.
O professor Roger Chammas resume essa iniciativa em dois eixos distintos. “Como uma forma de lembrar os pesquisadores que o que fazemos está conectado aos ODS. Além disso, precisamos tornar visível para a sociedade civil como contribuímos com esses temas a partir da nossa produção acadêmica.”
*Ana Fukui é bolsista Mídia Ciência Fapesp/FMUSP
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