
A incorporação de obras de arte nas estações da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) teve boa receptividade dos usuários paulistanos que circulam pelas linhas de Metrô diariamente. A iniciativa, que começou na década de 1970, faz parte do Projeto Arte no Metrô (arte permanente) e do Programa Ação Cultural (arte temporária), e propõe um melhor aproveitamento dos espaços internos e externos das estações do Metrô. “A experiência proporciona múltiplas viagens: a de destino físico e de passeio pelas obras com paisagens, esculturas e objetos, que saem dos ambientes fechados das galerias e dos ateliês para transitar o dia a dia agitado dos passageiros.” A análise é da professora Ewely Branco Sandrin, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) USP, no artigo Os significados da arte nas estações de metrô de São Paulo, publicado na Revista Cultura e Extensão da USP.
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Partindo do entendimento da arte como elemento que intervém visualmente nesses espaços públicos das estações existentes e naquelas que estão sendo construídas, o artigo busca contribuir para futuros projetos inovadores nos campos da arte, da arquitetura e do design, sempre com enfoque na criação que não prescinde da tecnologia de ponta, nem deixa de atender às necessidades do transporte de massa, certamente atrelado à arte, explica Ewely.
Atualmente, Arte no Metrô é levada a 69 estações e funciona conjuntamente com outros projetos culturais: Programa Ação Cultural, com música, dança, teatro, cinema e oficinas culturais; Projeto Encontros, que dispõe de telas LCD e totens multimídia interativos; Poesia no Metrô; Embarque na Leitura; Turismetrô; além de exposições relacionadas à arte tecnológica. O artigo foca nas “obras apresentadas nas exposições de arte tecnológica, pois se fala de trabalhos de transformações tecnológicas e de comportamento social que são extensões de transformações culturais de hoje”, afirma a autora.
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Segundo Ewely, o elemento arte aliado à técnica e à sensibilidade, com a contribuição da arquitetura e do design, significa maior qualidade de vida nos espaços de concreto das estações de Metrô, estimulando “o respeito e noção de conservação dos espaços coletivos”. Porém, a pesquisadora lembra que para a continuidade do projeto é preciso haver incentivo das intervenções visuais ambientais artísticas nas estações, tem que haver a presença de um curador responsável e de profissionais especializados, além de economia de recursos financeiros na execução das obras arquitetônica e artística. Finalizando, a autora ressalta ser fundamental contar com políticas públicas e com a divulgação da lei de incentivo fiscal como apoio para o patrocínio de empresas privadas.
SANDRIN, E. “Os significados da arte nas estações de metrô de São Paulo“, foi publicado na edição número 19 da Revista Cultura e Extensão USP, de 18 fevereiro de 2019. Ewely Branco Sandrin é professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da (USP).
Margareth Artur/Portal de Revistas USP
A seção “Revistas da USP” é uma parceria entre o Jornal da USP e o Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBi) que apresenta artigos de autores de diversas instituições publicados nos periódicos do Portal de Revistas USP.