Treino com ciclos alongamento-encurtamento pode melhorar desempenho no salto e na corrida

Em pesquisa, o chamado treinamento pliométrico foi eficaz para melhorar a capacidade de salto e a economia de corrida, mas pareceu não afetar diretamente a maneira como os corredores distribuem seu esforço ou como se sentem durante uma corrida de 10 km

 12/01/2024 - Publicado há 6 meses     Atualizado: 15/01/2024 as 14:40

Texto: Redação*

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O ciclo de alongamento-encurtamento é um conjunto de movimentos executados pelos músculos e tendões humanos, quando eles se alongam logo após se contraírem. Em várias modalidades esportivas, esses movimentos possuem grande importância, pois a utilização da energia elástica armazenada pela contração pode afetar o desempenho durante uma competição.

Para otimizar a potência de força dos movimentos que fazem parte desse ciclo, existem algumas estratégias, como o treinamento pliométrico. Este treinamento engloba uma série de exercícios que tem como objetivo utilizar e valorizar o ciclo alongamento-encurtamento, e pode ser útil para melhorar o desempenho esportivo em certas modalidades.

Ao investigar em que circunstâncias esta estratégia é útil, uma pesquisa da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP constatou que o treinamento pliométrico pode produzir uma melhora no desempenho de salto e na economia de tempo em corridas.

Rotina de treinamentos

A pesquisa contou com a participação de 28 corredores, todos homens, que foram divididos em dois grupos. Durante oito semanas, um dos grupos acrescentou o treinamento pliométrico na rotina de treinos duas vezes por semana, enquanto o outro manteve a rotina de treinos normal.

No treinamento pliométrico, foram incluídos diversos tipos de saltos na rotina de treino dos corredores, com aumento gradual com o passar das semanas. Neste período, foram avaliados o desempenho dos atletas em saltos, a economia de tempo durante a corrida e a distribuição e percepção sobre os esforços e sentimentos durante uma corrida de 10 km.

Por meio da comparação entre os grupos, junto da comparação do desempenho dos atletas antes e depois do período de treinamento, foi observada uma melhora significativa no desempenho em saltos e na economia de corrida. Por outro lado, o treinamento não indicou mudanças na percepção de esforço ou nos sentimentos de prazer durante a corrida de 10 km.

Foto: EEFE

“Os resultados mostraram que o treino pliométrico melhorou de forma significativa o desempenho em saltos e a economia de corrida. No entanto, não houve mudanças na estratégia de prova, na percepção de esforço ou nos sentimentos de prazer durante a corrida de 10 km. Portanto, concluímos que o treinamento pliométrico é eficaz para melhorar a capacidade de salto e a economia de corrida, mas parece não afetar diretamente a maneira como os corredores distribuem seu esforço ou como se sentem durante uma corrida de 10 km”, pontua o pesquisador sobre a conclusão do estudo.

Everton Crivoi do Carmo - Foto: Hospital Albert Einstein

O artigo intitulado de Can plyometric training change the pacing behaviour during 10-km running?, foi publicado na revista científica European Journal of Sport Science e pode ser acessado por meio do link: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/17461391.2021.2013952.

O estudo é derivado da tese de doutorado de Everton Crivoi do Carmo, defendida em 2015 sob orientação do professor Valmor Tricoli. O trabalho conquistou menção honrosa no Prêmio Capes de Tese 2015.

A tese completa, intitulada “Efeito da economia de corrida sobre a estratégia de prova utilizada durante uma corrida de 10 km”, está disponível no Banco de Teses e Dissertações da USP e pode ser acessada por meio do link: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39132/tde-07012015-114305/pt-br.php

Valmor Tricoli - Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Valmor Tricoli - Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Mais informações: e-mail evertoncrivoi@usp.br e vtricoli@usp.br

*Da Seção de Relações Institucionais e Comunicação


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.