Uma nova metodologia desenvolvida no Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP foi aplicada com sucesso no tratamento-piloto de paciente que apresentava disfunção temporomandibular (DTM) associada a fortes dores de cabeça (cefaleia secundária). Após oito sessões ao longo de um mês, a paciente teve melhora substancial de todos os processos dolorosos.
A articulação temporomandibular (ATM) une a mandíbula ao osso temporal. Essa estrutura anatômica nos permite abrir a boca, sorrir, falar, mastigar e bocejar. A DTM, por sua vez, é uma inflamação na região, provocada na maior parte dos casos por bruxismo (ranger os dentes), ou fatores como postura inadequada da cabeça por longos períodos, traumas, estresse e ansiedade, podendo se tornar uma condição crônica. O tratamento, que associa em um mesmo aparelho ultrassom e laser, teve como foco os processos dolorosos bucofaciais originados pela DTM.
Vale lembrar que o equipamento desenvolvido no IFSC – portátil e de baixo custo – já se encontra em pleno funcionamento na Unidade de Terapia Fotodinâmica da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos, depois de mostrar eficiência nos tratamentos de processos dolorosos causados por fibromialgia e por outras lesões osteoneuromioarticulares, tais como a artrite. A aplicação do equipamento na DTM é mais um protocolo para uma nova linha de pesquisa, desta vez na área odontológica.
Ultrassom
Até então, já havia trabalhos publicados na literatura científica sobre o tratamento das dores provocadas pela DTM com aplicação de laser e LED. Em 2015, o próprio Vitor Panhóca publicou um artigo a respeito no periódico Lasers in Medical Sciences.
Agora, em novo protocolo, um equipamento que utiliza a técnica de ultrassom associada ao laser foi aplicado num caso clínico e com sucesso. “Tanto o laser como o ultrassom já têm vários artigos consagrados em que foram usados para aliviar as dores. O que fizemos foi otimizar o efeito celular. Atendendo às características da ponteira do aparelho, que é mais larga, a emissão conjunta dos dois componentes abrange uma área maior de tecidos, algo que o laser sozinho não consegue fazer”, explica Vitor Panhóca.
De acordo com Panhóca, o próximo passo da pesquisa, que é inteiramente voltada para a sociedade, é estender o procedimento a um número maior de pacientes. Consolida-se assim um novo dispositivo ou técnica de tratamento para DTM, destacando o IFSC e a USP como centros de pesquisa de excelência.
O tratamento-piloto utilizando a técnica de ultrassom (US) associada ao laser foi a base para a elaboração de um artigo publicado na revista Oral Health and Dental Management, de autoria dos pesquisadores do IFSC Vanderlei Salvador Bagnato, Vitor Hugo Panhóca, Fernanda Paolillo, e da fisioterapeuta Larissa Lopes, bolsista do Projeto Bisturi Ultrassônico (Convênio Finep/IFSC).
Da Assessoria de Comunicação do IFSC
Em: https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/disfuncao-temporomandibular
Mais informações: (16) 3373-8689