USP tem reforço de vacinação contra febre amarela após confirmação de casos em macacos

A vacinação é segura, eficaz e a principal ferramenta contra a febre amarela e será aplicada durante toda esta primeira semana de janeiro na comunidade uspiana local

 06/01/2025 - Publicado há 2 meses
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Imagem aérea do campus da USP em Ribeirão Preto, com o lago em destaque e o Hospital das Clínicas ao fundo.
Campus em Ribeirão Preto confirmou a presença do vírus da febre amarela em quatro macacos bugios, de acordo com laudo do Instituto Adolpho Lutz – Imagem aérea do campus da USP em Ribeirão Preto – Foto: Gabriel Soares


A Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto confirmou a presença do vírus da febre amarela em quatro macacos bugios encontrados mortos nas proximidades do Biotério Central do campus da USP, na semana entre o Natal e o Ano Novo. O laudo oficial, emitido pelo Instituto Adolpho Lutz, reforça a importância da vacinação como principal medida preventiva contra a doença.

A febre amarela é uma doença aguda, transmitida na forma silvestre, ou seja, nas matas, pela picada dos mosquitos Haemagogus e Sabethes. Já na área urbana a transmissão é pela picada do Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue, zika e chikungunya.

Os primatas não humanos, como os bugios, não transmitem a doença, entretanto, desempenham um papel crucial no monitoramento da febre amarela silvestre, funcionando como sentinelas para a circulação do vírus. “Esses casos reforçam a importância de medidas preventivas como a vacinação, que é segura, eficaz e a principal ferramenta contra a febre amarela”, destacou o secretário da Saúde, Maurício Godinho.

Homem branco de cabelos e barba escuros e camiseta preta
Maurício Godinho – foto: Arquivo pessoal

Medidas de prevenção no campus 

A Secretaria Municipal da Saúde, em parceria com a Prefeitura do Campus de Ribeirão Preto, iniciou campanha de vacinação na Unidade Básica de Atenção à Saúde (Ubas) da USP, onde carteiras de vacinação estão sendo avaliadas e doses aplicadas em moradores, estudantes, professores, funcionários, trabalhadores terceirizados e de outros órgãos do campus. 

De acordo com o secretário da Saúde, a vacinação é uma ação prioritária: “Estamos começando com a Guarda Universitária nesta segunda-feira (6) e, ao longo da semana, moradores e outros grupos do campus serão imunizados. Posteriormente, a vacinação também será incluída na matrícula de novos alunos”, explicou.

Ainda de acordo com o secretário, a vacinação também será estendida aos corredores ecológicos, como condomínios próximos às áreas de mata. Além disso, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) oferecem a vacina para todos que conferirem suas carteiras de vacinação e verificarem a necessidade da dose. “Não há necessidade de desespero, mas é fundamental que todos verifiquem suas carteiras de vacinação e, se necessário, procurem as Unidades Básicas de Saúde mais próximas”, reforçou o secretário.

Além da vacinação, medidas de proteção incluem o uso de roupas de mangas compridas, calças, repelentes e a restrição de acesso aos locais de mata no campus para pessoas não vacinadas até 10 dias após a aplicação da vacina. A Prefeitura de Ribeirão Preto orienta que a vacinação contra a febre amarela seja priorizada por todas as faixas etárias: crianças a partir dos 9 meses de idade; qualquer pessoa até 59 anos que nunca tenha sido vacinada; idosos (60 anos ou mais) devem ser vacinados caso não tenham contraindicações e estejam incluídos em áreas de risco, mas é necessária avaliação médica.

Lea Assed Bezerra da Silva, prefeita do campus informou que, após se reunir com o secretário da Saúde e com a Vigilância Sanitária, foi disponibilizado local para vacinação no próprio campus – na Unidade Básica de Assistência à Saúde (Ubas), e que a quantidade de doses de vacina disponíveis será suficiente para atender toda a comunidade do campus. “Além disso, a Prefeitura do Campus está atuando de forma articulada com as Unidades de Ensino, para estimular e coordenar a vacinação.” Já a vice-prefeita, Eliana Franco Neme, lembra a importância dos bugios como sentinelas de alerta à circulação do vírus. 

Situação epidemiológica

Apesar de Ribeirão Preto não registrar casos urbanos de febre amarela desde 1942, ocorreu um óbito em 2016, relacionado à exposição ao ambiente silvestre. A situação atual reforça a vigilância contínua para evitar novos casos em humanos e para controlar a propagação do vírus.

Mais informações podem ser obtidas no site da Prefeitura Municipal


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