Um dos principais setores de impacto na economia brasileira vem da atividade agropecuária, responsável por contribuir com 4,8% em média no PIB entre os anos de 1995 a 2021. Essa atividade recebe constantes demandas por maior produtividade de alimentos e de materiais primários à medida que cresce a população, o aquecimento da economia e as ações produtivas dos demais setores.
Essas pressões exercidas sobre os sistemas agrícolas transferem a responsabilidade do desempenho das lavouras aos gestores, que devem dimensionar o uso das máquinas e implementos agrícolas para operarem dentro dos limites de suporte dos recursos naturais, respeitando sua variabilidade e implementando conceitos e práticas sustentáveis.
Dentro desse contexto, o papel do trator no desenvolvimento do setor é inquestionável. É através dele que as atividades essenciais como preparo do solo, plantio, adubação, tratos culturais, colheita e transporte são possíveis, além de fornecer energia cinética de rotação para equipamentos estacionários por meio do uso da tomada de força (TDP). Para que isso ocorra, o motor do trator de ciclo a diesel utiliza energia não renovável de fontes fósseis que pelo processo de combustão interna lança seus resíduos no meio ambiente contribuindo com o processo de poluição.
Uma das alternativas tecnológicas recentes para lidar com essas questões no campo é a chegada de tratores agrícolas elétricos. Estes são veículos que usam um ou mais motores elétricos para movimentação e são classificados como elétricos a bateria e elétricos híbridos, quando são necessárias duas fontes de energia (primária ou secundária) para complementar as atividades-fim. Existem pontos vantajosos quando se utilizam tratores elétricos na agricultura, um deles é a supressão de emissões de CO2 e outros poluentes.
O custo operacional com os tratores elétricos também se destaca como um ponto que se deve levar em conta. Tempo gasto com abastecimento e manutenção em tratores de combustão interna aumenta o custo variável, implicando redimensionamento das organizações na gestão dos sistemas mecanizados, pois o aumento deste tempo diminui a capacidade de trabalho, o que pode levar ao aumento do número de conjunto trator/implemento. Os tratores elétricos podem ter maior autonomia quanto às recargas e baixa manutenção, diminuindo as atividades auxiliares e aumentando a capacidade de campo operacional.
A Série Energia tem apresentação do professor Fernando de Lima Caneppele (FZEA), que coproduziu este episódio com o engenheiro agrônomo Thiago Lima da Silva, doutorando em Engenharia de Sistemas Agrícolas na FZEA, e Ferraz Júnior. A edição é da Rádio USP Ribeirão. Você pode sintonizar a Rádio USP Ribeirão Preto em FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS.