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A integração de dados no agronegócio é um tema que vem crescendo nos últimos tempos. Os aspectos legais, éticos e econômicos na agricultura digital podem ser abordados dentro desse cenário, que foi o tema discutido em um evento promovido pela Embrapa Agricultura Digital em parceria com a Universidade de São Paulo. O professor Antonio Saraiva, do Instituto de Estudos Avançados, da Escola Politécnica e do Centro de Inteligência Artificial da USP, explica que a integração dos dados vem se tornando cada vez mais importante. 

Integração

É interessante notar que a agricultura demanda informações de diferentes áreas para o seu pleno funcionamento, entre elas, se encontram as meteorológicas, os dados sobre o solo, notas sobre o mercado etc. Todos esses são importantes e utilizados para a tomada de decisão de diferentes profissionais, que, se não analisarem essas questões, podem ter os seus trabalhos comprometidos. “Como são muitos atores envolvidos, em geral, os dados estão fragmentados e dispersos, daí a necessidade de integrar essas informações para que as pessoas possam tomar decisões com bases melhores”, explica Saraiva. 

O professor comenta que a heterogeneidade presente no agro é muito grande. Como o Brasil é um país muito grande, a diversidade de produtos e avanços tecnológicos presentes em cada um deles apresenta-se de maneira distinta. O fato de as tecnologias terem se expandido e, com isso, se barateado, também apresenta influência sobre esse cenário, alguns locais do território nacional ainda não apresentam o acesso à tecnologia da mesma forma que os grandes centros possuem, por exemplo. 

Benefícios

Saraiva reforça os benefícios que as tecnologias podem fornecer aos sistemas agrários, exemplo disso pode ser observado no melhor controle da produção que é feito pela “agricultura de precisão”, que busca valores precisos referentes à composição do solo, umidade, localização, recepção de luz solar, entre outros. Assim, os ganhos dos produtores costumam ser muito maiores e conseguem reduzir até mesmo os índices de poluição do solo. 

Entender o papel do Estado, para que essas mudanças e avanços passem a ocorrer na prática, também é essencial para a questão. “O papel do governo é essencial, ele é um ator que direciona as tendências por meio de seus incentivos, de suas restrições e de sua legislação”, adiciona o especialista. 

Além disso, é também papel estatal direcionar regulamentações do ponto de vista de acesso de dados. Assim, é possível que órgãos governamentais divulguem informações e dados que são importantes para a produção agrícola, mas é também possível que eles estimulem diferentes estruturas, como a conectividade de diferentes partes desse sistema. O professor reforça então que o Brasil precisa atuar de forma mais marcante nos avanços produtivos dos sistemas agrícolas.  

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