Na produção agrícola as áreas com sistema de irrigação são de extrema importância para o desenvolvimento da agricultura no País e para a promoção da segurança alimentar. Com uma área que corresponde a menos de 20% da área total cultivada no Brasil, elas são responsáveis pela produção de mais de 40% dos alimentos e cultivos bioenergéticos. A utilização dos pivôs de irrigação possibilita um aumento de produtividade por área plantada, além da possibilidade da utilização da terra fora dos períodos de safra. Mas o sistema de irrigação é caro, podendo representar até 30% dos custos totais de produção em algumas fazendas. As práticas de eficiência energética, no entanto, podem potencialmente reduzir esses custos em até 20% a 30%.
Nos processos de produção em áreas irrigadas com pivô central, o consumo de energia é extremamente elevado, se apresentando como uma das práticas que mais consomem energia elétrica. Isso ocorre devido a diversos fatores, como o grande volume de água utilizado, pelas demandas reais das áreas irrigadas, por excesso de irrigação, ou também pela utilização de motores de grande porte para que se possa conduzir a água que geralmente tem sua fonte nas partes mais baixas das propriedades até as partes mais altas onde está localizado o plantio, gerando um alto consumo de energia. Entretanto é possível diminuir esse consumo energético, e para isso é muito importante saber manejar corretamente o processo de irrigação.
Um fator primordial para que se consiga um bom manejo da irrigação é o conhecimento da relação entre água e energia elétrica. O uso eficiente da água no pivô e a redução no consumo de energia estão diretamente relacionados. A respeito dessa relação, os fatores mais comuns que causam excesso no consumo de energia são as falhas na operação, a deficiência da manutenção preventiva e corretiva, falhas de dimensionamento hidráulico, lâmina d’água mal aplicada, entre outros.
Por isso, é de extrema importância estar atento a medidas que possam reduzir o consumo de energia durante a utilização dos pivôs. Entre as medidas recomendadas estão a determinação de diâmetros ótimos de tubulações, a seleção correta da estação de bombeamento de acordo com a demanda de água a ser utilizada, a utilização de ferramentas e protocolos de gestão que avaliam o desempenho do sistema, entre outras. Por fim, a utilização de equipamentos modernos disponíveis no mercado e a correta orientação de um profissional da área são fundamentais para que se tenha uma redução no consumo de energia na utilização do pivô na agricultura.
A Série Energia tem apresentação do professor Fernando de Lima Caneppele (FZEA), que produziu este episódio com Fernando Hypolito de Araujo, engenheiro de Alimentos e funcionário da Prefeitura do Campus Fernando Costa da USP em Pirassununga. A coprodução é de Ferraz Junior e edição da Rádio USP Ribeirão. Você pode sintonizar a Rádio USP Ribeirão Preto em FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS.