Lenha é uma fonte usada na pobreza energética – Foto Steve Buissinne/Pixabay
O conceito de pobreza geralmente é aplicado à questão da baixa renda, mas existem outras manifestações desse “fenômeno”. Quando a questão é a dificuldade de se acessar os serviços modernos de energia, tais como a eletricidade e o gás liquefeito de petróleo (GLP), o popular gás de cozinha, temos, nesse caso, a manifestação da “pobreza energética”. Vale ressaltar que existe uma forte relação entre esses conceitos de pobreza, uma vez que a falta de renda limita o acesso à energia que pode ser um instrumento na melhoria da renda das famílias. Um círculo vicioso.
Quando não há o acesso aos energéticos modernos, a substituição natural é feita com alternativas de qualidade inferior como a lenha, o querosene e as pilhas secas. São alternativas com várias desvantagens que vão desde a baixa eficiência, maior emissão de gases causadores do efeito estufa, riscos à saúde e maior dispêndio de tempo para coleta dos insumos, como no caso da coleta e preparação da biomassa tradicional ou “lenha”. Sem contar que o uso da lenha pode provocar aumento do desmatamento em áreas rurais. Nas áreas urbanas, o uso da lenha pode potencializar problemas respiratórios, principalmente quando é queimado material de rejeito que tem agregado tintas, vernizes e outros contaminantes.
No Brasil, são muitas as famílias que estão voltando a usar lenha e até mesmo álcool no lugar de GLP, por exemplo, para aquecer e preparar comida. Então não basta apenas gerar energia limpa, há de se ter condições econômicas e dignas para que a população em geral participe do que chamamos de transição energética que está em pleno andamento.
A Série Energia tem apresentação do professor Fernando de Lima Caneppele (FZEA), que produziu este episódio com Murilo Miceno Frigo, discente de doutorado e professor do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul. A coprodução é de Ferraz Junior e edição da Rádio USP Ribeirão. Você pode sintonizar a Rádio USP Ribeirão Preto em FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS.