Projeto promove caminhadas e escutas para fortalecer o acolhimento e o bem-estar da comunidade acadêmica

Para participar não é necessário inscrição, basta comparecer nos dias e horários de cada atividade

 Publicado: 28/02/2025 às 10:18
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A imagem mostra um grupo de pessoas sentadas em cadeiras de praia, formando um círculo ao ar livre, em um espaço com árvores e vegetação ao fundo
Projeto piloto de escuta coletiva em áreas verdes no campus, realizada no início de fevereiro – Foto: Arquivos do Programa Ecos
A partir de março, o campus da USP em Ribeirão Preto contará com um novo projeto voltado à promoção da saúde mental de sua comunidade: Caminhadas Peripatéticas e Saúde Mental – Integração de Áreas Verdes e Práticas de Escuta no Contexto Universitário. A iniciativa se estrutura em três principais frentes de atuação: caminhadas peripatéticas, rodas de escuta itinerantes e sessões de cinema temático.

O projeto, que terá início em 7 de março, foi idealizado pela psicóloga Juliana Garcia Peres Murad, do Programa Ecos, vinculado à Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP), em parceria com o estudante Gean Henrique Rodrigues Anastácio, do curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) e integrante do Grupo FlorUSP. Apoiam as ações do projeto a Guarda Universitária, o Centro Estudantil do Curso de Ciências Biológicas da FFCLRP, a Biblioteca Central, o Restaurante Universitário, o Centro de Psicologia Aplicada (Copi) e a Superintendência de Gestão Ambiental (SGA). Para participar não é necessário inscrição, basta comparecer nos dias e horários de cada atividade e mais informações pelo WhatsApp (16) 3315-8535.

A imagem mostra uma mulher branca e cabelos cacheados castanho-claros, usando uma blusa branca de alças finas. Ela está sentada em uma mesa de madeira, segurando alguns papéis na mão. O ambiente tem paredes claras, incluindo uma planta verde em um vaso preto sobre um suporte de palha ao lado dela. Há duas cadeiras pretas visíveis ao fundo.
Juliana Garcia Peres Murad – Foto: Rose Talamone – USP Imagens

Dinâmica do projeto

As caminhadas peripatéticas, inspiradas na metodologia do filósofo Aristóteles de aprendizado em movimento, ocorrerão em áreas verdes do campus, promovendo momentos de reflexão coletiva. Segundo a psicóloga Juliana, os temas que serão abordados foram definidos com base nas principais questões levantadas nas escutas individuais do Programa Ecos. Entre eles, destacam-se: como conciliar o cuidado da vida com a vida acadêmica, geração ansiosa e o impacto da hiperconectividade, pertencimento e participação social e orgulho LGBTQIAPN+: por que (ainda) é tão difícil apenas ser? As caminhadas serão realizadas uma vez por mês, às sextas-feiras, das 16h às 18h, com saída da Casa 5 da Rua das Paineiras, no campus – sede do Programa Ecos.

As rodas de escuta, também às sextas-feiras, das 11h às 14h, serão conduzidas por monitores e ocorrerão em diferentes locais do campus. “A atividade proporciona um espaço seguro para a troca de experiências e fortalecimento das redes de apoio entre pares. O objetivo não é oferecer terapia, mas sim orientação em saúde mental”, esclarece Juliana. Os interessados podem obter informações sobre o local da roda da semana pelo WhatsApp (16) 3315-8535.

As sessões de cinema utilizarão filmes como gatilho para debates sobre saúde mental, convivência e pertencimento social. A programação inclui títulos como: Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar, Nossa Floresta, Hoje não Fico no Vestiário e Estamos Todos Aqui. A primeira sessão será em 20 de março, às 19h, no Teatro do Campus, em parceria com o Centro de Orientação Psicológica (Copi). As exibições seguintes, nos meses de abril, maio e junho, têm parceria com a Superintendência de Gestão Ambiental (SGA), e serão na sua sede, localizada na Rua Clóvis Vieira, Casa 28. Essas sessões serão no horário de almoço entre 12h30 e 14h. Mais informações também pelo WhatsApp (16) 3315-8535.

Formação

Selecionado por meio de um edital da PRIP, o projeto recebeu financiamento para a remuneração de monitores, estudantes de diversos cursos que participam ativamente da organização e execução das atividades. “Esse financiamento é essencial para que possamos remunerar esses alunos, auxiliando sua permanência na USP e a formação de uma comunidade mais acolhedora”, explica Juliana.

Com atividades previstas até julho de 2025, a expectativa é que, ao final, um relatório detalhado seja produzido, destacando os impactos da iniciativa na saúde mental da comunidade acadêmica. “Nosso objetivo é consolidar um espaço de acolhimento e pertencimento na USP, onde a saúde mental seja um compromisso coletivo”, conclui a psicóloga.

Programa Ecos

O Programa Ecos, da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento, é voltado para a saúde mental da comunidade da USP, oferecendo um espaço de acolhimento e orientação na busca por alternativas para diferentes tipos de sofrimento e dificuldades. A atuação ocorre em três frentes principais: escuta, acolhimento e orientação, articulação da rede de cuidados e apoio institucional.

O programa está presente em todos os campi da USP e, em Ribeirão Preto, conta com a atuação da psicóloga Juliana Garcia Peres Murad. “Diferentemente de São Paulo, aqui as escutas precisam ser agendadas, e priorizamos os alunos de graduação, que estão em maior situação de vulnerabilidade, principalmente, pelas mudanças que a vida universitária gera”, explica Juliana.

Além disso, segundo a psicóloga, a integração com outras iniciativas já existentes, como o Centro de Orientação Psicológica (Copi) e o Serviço de Promoção Social, tem sido fundamental para garantir o encaminhamento adequado dos casos que demandam ações integradas. “Nem todo aluno precisa de psicoterapia. Muitos apenas necessitam de um espaço de escuta e orientação como, por exemplo, sobre reduzir o uso excessivo de redes sociais e cuidar da convivência social”, completa.


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