
O projeto, que terá início em 7 de março, foi idealizado pela psicóloga Juliana Garcia Peres Murad, do Programa Ecos, vinculado à Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP), em parceria com o estudante Gean Henrique Rodrigues Anastácio, do curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) e integrante do Grupo FlorUSP. Apoiam as ações do projeto a Guarda Universitária, o Centro Estudantil do Curso de Ciências Biológicas da FFCLRP, a Biblioteca Central, o Restaurante Universitário, o Centro de Psicologia Aplicada (Copi) e a Superintendência de Gestão Ambiental (SGA). Para participar não é necessário inscrição, basta comparecer nos dias e horários de cada atividade e mais informações pelo WhatsApp (16) 3315-8535.

Dinâmica do projeto
As caminhadas peripatéticas, inspiradas na metodologia do filósofo Aristóteles de aprendizado em movimento, ocorrerão em áreas verdes do campus, promovendo momentos de reflexão coletiva. Segundo a psicóloga Juliana, os temas que serão abordados foram definidos com base nas principais questões levantadas nas escutas individuais do Programa Ecos. Entre eles, destacam-se: como conciliar o cuidado da vida com a vida acadêmica, geração ansiosa e o impacto da hiperconectividade, pertencimento e participação social e orgulho LGBTQIAPN+: por que (ainda) é tão difícil apenas ser? As caminhadas serão realizadas uma vez por mês, às sextas-feiras, das 16h às 18h, com saída da Casa 5 da Rua das Paineiras, no campus – sede do Programa Ecos.
As rodas de escuta, também às sextas-feiras, das 11h às 14h, serão conduzidas por monitores e ocorrerão em diferentes locais do campus. “A atividade proporciona um espaço seguro para a troca de experiências e fortalecimento das redes de apoio entre pares. O objetivo não é oferecer terapia, mas sim orientação em saúde mental”, esclarece Juliana. Os interessados podem obter informações sobre o local da roda da semana pelo WhatsApp (16) 3315-8535.
As sessões de cinema utilizarão filmes como gatilho para debates sobre saúde mental, convivência e pertencimento social. A programação inclui títulos como: Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar, Nossa Floresta, Hoje não Fico no Vestiário e Estamos Todos Aqui. A primeira sessão será em 20 de março, às 19h, no Teatro do Campus, em parceria com o Centro de Orientação Psicológica (Copi). As exibições seguintes, nos meses de abril, maio e junho, têm parceria com a Superintendência de Gestão Ambiental (SGA), e serão na sua sede, localizada na Rua Clóvis Vieira, Casa 28. Essas sessões serão no horário de almoço entre 12h30 e 14h. Mais informações também pelo WhatsApp (16) 3315-8535.
Formação
Selecionado por meio de um edital da PRIP, o projeto recebeu financiamento para a remuneração de monitores, estudantes de diversos cursos que participam ativamente da organização e execução das atividades. “Esse financiamento é essencial para que possamos remunerar esses alunos, auxiliando sua permanência na USP e a formação de uma comunidade mais acolhedora”, explica Juliana.
Com atividades previstas até julho de 2025, a expectativa é que, ao final, um relatório detalhado seja produzido, destacando os impactos da iniciativa na saúde mental da comunidade acadêmica. “Nosso objetivo é consolidar um espaço de acolhimento e pertencimento na USP, onde a saúde mental seja um compromisso coletivo”, conclui a psicóloga.
Programa Ecos
O Programa Ecos, da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento, é voltado para a saúde mental da comunidade da USP, oferecendo um espaço de acolhimento e orientação na busca por alternativas para diferentes tipos de sofrimento e dificuldades. A atuação ocorre em três frentes principais: escuta, acolhimento e orientação, articulação da rede de cuidados e apoio institucional.
O programa está presente em todos os campi da USP e, em Ribeirão Preto, conta com a atuação da psicóloga Juliana Garcia Peres Murad. “Diferentemente de São Paulo, aqui as escutas precisam ser agendadas, e priorizamos os alunos de graduação, que estão em maior situação de vulnerabilidade, principalmente, pelas mudanças que a vida universitária gera”, explica Juliana.
Além disso, segundo a psicóloga, a integração com outras iniciativas já existentes, como o Centro de Orientação Psicológica (Copi) e o Serviço de Promoção Social, tem sido fundamental para garantir o encaminhamento adequado dos casos que demandam ações integradas. “Nem todo aluno precisa de psicoterapia. Muitos apenas necessitam de um espaço de escuta e orientação como, por exemplo, sobre reduzir o uso excessivo de redes sociais e cuidar da convivência social”, completa.