Um diagnóstico sobre os problemas de Ribeirão Preto em todas as áreas, desde a gestão pública até a questão ambiental, e que vai além ao apresentar metas para que a vida do cidadão melhore, paulatinamente, nos próximos dez anos. Esse é o Plano de Cidade, elaborado pelo Instituto Ribeirão 2030, que teve a participação de 27 instituições da sociedade civil, incluindo a USP.
O Plano de Cidade foi dividido em quatro eixos de atuação e teve como base os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU. Os eixos são: Eixo 1 – Modernização da Gestão; Eixo 2 – Desenvolvimento Econômico; Eixo 3 – Políticas Sociais; Eixo 4 – Políticas Urbanas e Ambientais. Cada eixo tem uma série de objetivos a serem alcançados com metas estabelecidas e que se “conversam”, perfazendo um total de 30 metas.

O documento segue os princípios de uma cidade criativa, educadora, inteligente, sustentável e humana. Para isso, foram feitas mais de 100 entrevistas que resultaram em 181 estratégias que ajudam a nortear os gestores públicos na adoção de políticas assertivas. O documento também apresenta 293 ações com objetivos e prazos determinados.
A jornalista Adriana Silva, superintendente do Instituto Ribeirão 2030, diz que o Plano de Cidade é importante porque agrega a sociedade civil em torno de um estudo que propõe a melhoria da cidade em todos os seus aspectos e de forma voluntária. “O plano é importante também porque, à medida em que organiza essas metas a partir de indicadores, relatórios, de números faz o leitor vir numa caminhada que vai trazendo a cidade até os dias de hoje. Há uma narrativa, para quem ler o documento se informar sobre a cidade; e o melhor jeito de propor soluções é conhecer a cidade.” Ela lembra ainda que o Plano de Cidade tem a virtude de ser um guia para qualquer candidato político a prefeito ou vereador, independentemente de qualquer tendência política.
Entre as várias instituições que foram convidadas a participar das discussões e elaboração do Plano de Cidade está a USP. Com vários especialistas em diversas áreas que já contribuem com seus conhecimentos em setores específicos, a USP também ajudou a construir o documento. E a porta de entrada foi a educação, através do professor Mozart Neves Ramos, que é presidente da Cátedra Sérgio Ferreira, do Instituto de Estudos Avançados (IEA-RP), Polo Ribeirão Preto.
O coordenador do IEA-RP, o professor Antônio José da Costa Filho, do Departamento de Física da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, diz que o Plano de Cidade aponta para estratégias que a USP já adotou, como a internacionalização e a interface da Universidade com a cidade. Por sua vez, o professor aposentado da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) da USP e um dos coordenadores do Instituto Ribeirão 2030, José Moacir Marin, conta que a base de informações do Plano de Cidade é composta de informações disponibilizadas por diversos órgãos como IBGE, Ministérios, como os da Economia, Saúde, Educação e órgãos públicos federais, estaduais e municipais, entre outros. “A ideia do plano surgiu com a elaboração de um documento sobre Ribeirão Preto feito no ano passado. Buscamos ampliar esse estudo para a criação do Plano de Cidade e fomos nos inspirar também em outros exemplos como o documento Recife 500 Anos, elaborado pela cidade do Recife”, conclui.
Ouça a entrevista completa de Adriana Silva, Antônio José da Costa Filho e José Moacir Marin no player acima.