Para o professor Renato Janine Ribeiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, perdeu uma excelente ocasião de ficar do lado da justiça e da verdade contra o preconceito, a prepotência e a arrogância, ao colocar, no mesmo plano, os antifascistas e os racistas brancos que promoveram atos de violência em Charlotteville, na Virgínia.
Os dois grupos entraram em confronto no último dia 13 de agosto. Os supremacistas mataram um manifestante do grupo contrário e houve vários feridos. O motivo foi a remoção da estátua do general americano da época da Guerra Civil Americana, Robert Lee – um escravocrata.
Janine lembra que Trump demorou para condenar a Ku Klux Klan e os neonazistas, e fez isso com muita complacência. “O que espanta é que, na Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos foram um dos países decisivos na vitória contra o nazismo e o fascismo.”
Para ele, nos últimos anos, o que está em jogo é a noção de que aqueles que defenderam a escravidão não podem mais ser homenageados. “Deve haver uma memória histórica justa”, opina o colunista. Ele lembra que algo semelhante ocorreu na Itália, na Alemanha e na Rússia, quando estátuas de Hitler, Mussolini e Stalin foram sendo derrubadas, pois se considerou que as atitudes desses líderes foram muito ruins e indignas e que, por conseguinte, deveriam ser repudiados da memória coletiva.
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