O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, firmou um decreto que traz reduções às restrições do uso de carvão nas usinas termoelétricas. O uso do carvão corresponde à maior parcela da matriz energética do país, mas o revés, no entanto, é ambiental: sua queima emite gases que aumentam o efeito estufa, como os clorofluorcarbonetos (CFC), dióxido de carbono (CO2), e metano (CH4).

O professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, Pedro Luiz Côrtes, se mostra receoso quanto a esse abrandamento das políticas de emissão de poluentes: “Ele [Trump] vem desconstruindo uma série de medidas que foram tomadas ao longo de décadas, fruto de lutas muito importantes, e isso pode resultar num problema muito sério para o meio ambiente.”
Côrtes fala ainda sobre a tentativa do presidente de minar medidas estaduais que vêm sendo tomadas no país, como o caso da Califórnia, estado em que desde 1970, com o Ato do Ar Limpo, determina padrões de poluição mais rigorosos dos que os adotados pelo governo federal. Ele explica que o país está indo na contramão ambiental do mundo e que, dados seu tamanho e importância no cenário mundial, os EUA estão dando um mau exemplo. “São os Estados Unidos que são os grandes consumidores de energia e geradores de emissões.”
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