Nesta semana, o professor Octávio Pontes Neto fala sobre novos estudos com perspectivas de prevenção para a enxaqueca. A doença, explica, é um distúrbio na produção de algumas substâncias no tronco cerebral, provocando crises de dor de cabeça associadas a sintomas gastrointestinais; alterações visuais, de humor e de paladar; e intolerância ao calor, cheiro e barulho. As crises podem demorar de horas a dias para passar e são incapacitantes.
O professor conta que a enxaqueca já tem tratamento. Para pessoas com crises que variam de uma vez por ano ou a cada seis meses, são medicamentos que reduzem a crise e aliviam a dor de cabeça e os sintomas associados. Já para crises frequentes, de duas a quatro vezes em um mês, o tratamento é específico e diário, com baixas doses de antiepiléticos e antidepressivos para modular a produção das substâncias químicas e reduzir os episódios.
Pontes Neto afirma que esses medicamentos não são específicos para a doença. Mas dois estudos publicados nesta semana no New England Journal of Medicine podem trazer nova abordagem para o tratamento para a enxaqueca. Ele alerta que não se sabe o custo e não se sabe o efeito a longo prazo, mas informa que pode trazer uma nova perspectiva.
Um dos estudos utilizou um anticorpo monoclonal, proteínas produzidas pelo organismo para proteger o sistema imunológico, que se liga ao neuropeptídeo que pode estar implicado aos genes da enxaqueca. Esse trabalho contou com 950 participantes e, segundo o professor, apresentou redução das crises. Outra publicação traz estudo que testou outro anticorpo monoclonal que se liga ao próprio neuropeptídeo e impede a sua ação. Participaram pacientes com mais de 15 crises ao mês, apresentando redução significativa dos episódios de enxaqueca. Ouça acima, na íntegra, o comentário do professor Octávio Pontes Neto.
Por: Giovanna Grepi