Tecnologia permite detectar paládio em ordens menores que 1 micrograma

O metal precioso já atingiu valores superiores ao ouro, o que destaca sua importância para o mercado mundial

 13/08/2024 - Publicado há 7 meses
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Imagem de paládio, um metal nobre semelhante à platina
O paládio, metal nobre, é muito semelhante à platina – Foto: Foto: Jurii via Wikimedia Commons /CC BY 3.0
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De acordo com a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), os metais preciosos — isto é, aqueles metais encontrados em menor quantidade — são o ouro, a prata e os metais do grupo da platina: platina, paládio, ródio, rutênio, irídio e ósmio. Juntamente com o ouro, a prata e a platina, o paládio se destaca no cenário internacional devido ao seu fácil manuseio, que permite uma variedade de aplicações e, também, é resistente à corrosão e não sofre oxidação.

Esse metal é muito usado para a fabricação de catalisadores, peças utilizadas em veículos para transformar gases de efeito estufa em vapor d’água e CO2, ou seja, apresenta um papel fundamental para o desenvolvimento sustentável e para a transição energética — por conta desse uso, o paládio ultrapassou até mesmo o valor do ouro em alguns momentos. Além disso, ele também é encontrado nas indústrias petrolífera, química, farmacêutica e odontológica.

Detector de paládio

Assim, pesquisadores da Universidade de São Paulo desenvolveram uma tecnologia que procura acabar com uma das principais dificuldades relacionadas ao uso do metal: após a purificação, ainda podem ser encontrados resíduos de paládio nos produtos, o que ocasiona um maior número de purificações e análises. Para combater isso, a inovação proporciona uma análise mais rápida e barata do metal. É o que garante Thiago Paixão, professor do Instituto de Química (IQ) da USP e um dos inventores da patente Dispositivo Analítico para Detecção Quantitativa de Paládio”.

Thiago Regis Longo Cesar da Paixão – Foto: IEA

Esse dispositivo possui um funcionamento parecido com a de medição de PH na água, isto é, é necessário utilizar um pedaço de papel que, ao ser mergulhado na substância, se liga apenas ao paládio e, dessa forma, não possui interferência de outros compostos. “Ao imobilizar no papel, quando tem uma certa quantidade de paládio, ele muda de cor na região do visível, que a gente vê a olho nu, ou na abordagem da luz negra — medir a fluorescência resultante dessa ligação entre o paládio e esse composto orgânico sintetizado”. Ele complementa que, a partir dessa luz ultravioleta, é possível detectar até as menores concentrações do metal, de ordem menor que micrograma.

Diferencial

Paixão afirma que um dos maiores diferenciais da tecnologia é a possibilidade de portabilidade e fácil utilização: “Um usuário não treinado conseguiria fazer a medida sem muito controle, não é preciso ter alguém checando aquela informação ou alguém bem treinado monitorando essa pessoa para fazer a medida. A gente consegue fazer a medida por uma comparação de escalas e tons de cor e saber se a concentração está alta ou baixa”. Além disso, o paládio é tóxico para o consumo humano, não podendo superar mais do que 15 microgramas por dia, e, com a comercialização e aplicação dessa invenção, será mais controlado o contato dos indivíduos com esse metal.

No entanto, o pesquisador destaca que ainda está atrás de parceiros para uma maior escala de fabricação e testes, uma vez que foram feitos apenas ensaios laboratoriais até o momento, ou seja, é necessário escalar para outro nível quantitativo.

*Sob supervisão de Cinderela Caldeira e Paulo Capuzzo


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