Profissionais de saúde devem incentivar a amamentação

Médica neonatologista do Instituto da Criança destaca os benefícios que o leite materno traz para a criança

 02/08/2018 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 04/09/2018 às 12:36
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jorusp

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Do dia 1º ao dia 7 de agosto acontece a Semana Mundial do Aleitamento Materno, ato reforçado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde. A amamentação traz diversos benefícios como a prevenção de alergias, anemias, infecções respiratórias, criação de laços entre a mãe e o bebê e até o aumento do QI, além de  protegê-lo de infecções e diminuir a mortalidade infantil quando feita até uma hora após o parto. Apesar disso, apenas 38% das crianças recebem amamentação exclusiva nos seis primeiros meses.

A professora Valdenise Martins Laurindo Tuma Calil, médica neonatologista do Centro Neonatal do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas (HC) da USP comenta que os profissionais de saúde possuem grande importância para incentivar a amamentação exclusiva, destacando os benefícios que o leite materno traz para a criança. “Amamentar não é tão intuitivo como se diz, então as mães precisam de orientação.”

Apesar do senso comum apontar que a amamentação é algo fácil e natural, Valdenise explica que num primeiro momento as mulheres ainda estão em um estado de fragilidade pós-parto, então precisam de ajuda dos profissionais da maternidade. A presença da família é fundamental, sendo necessário que os pais tenham licença paternidade para prover um suporte às mães.  Outro fator que influencia é a licença maternidade, já que muitas mulheres não possuem empregos formais e precisam retornar mais cedo ao trabalho.

As mães que voltam ao trabalho precocemente devem começar a retirar a produção láctea 15 dias antes e guardar em frascos de vidro com tampa plástica no congelador. O leite armazenado dura 15 dias e deve ser descongelado aos poucos, ou passando do congelador para a geladeira ou em banho maria com o fogo desligado. Já a amamentação cruzada – que é feita por outras mulheres lactantes – não é recomendada, já que algumas doenças podem ser transmitidas ao bebê, mas as mães podem recorrer aos bancos de leite onde ele passa pelo processo de pasteurização.

Além dos benefícios aos bebês, as mulheres que amamentam também têm ganhos em sua saúde como a perda de peso, diminuição na incidência de câncer de mama e de ovário, redução do diabete tipo 2, de depressão pós-parto e de osteoporose. Além disso, quando a amamentação é exclusiva, possui um efeito anticoncepcional.

Entre as atividades desta semana no Instituto da Criança, acontece uma oficina destinada aos profissionais de saúde sobre o uso de copinhos para alimentar os bebês na ausência da mãe. A especialista explica que a sucção da mamadeira é diferente da sucção do mamilo da mãe, o que pode trazer dificuldades para a criança.

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