Nesta sexta-feira, o Diálogos na USP fala sobre Biodiversidade e Sustentabilidade. O Brasil é o país com a maior diversidade de espécies no mundo: são mais de 103 mil espécies animais e 43 mil espécies vegetais. A costa marinha do País é de 3,5 milhões de quilômetros quadrados e inclui ecossistemas como recifes de corais, dunas, manguezais, lagoas, estuários e pântanos. No próximo 22 de maio, terça-feira, se comemora o Dia Mundial da Biodiversidade, criado pelas Nações Unidas. Mas quanto os governos e a sociedade se preocupam com esse tema?
José Goldemberg, físico, professor da USP e presidente da Fapesp, que atuou no Ministério da Educação e na Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, acredita que há aspectos a comemorar e a lamentar sobre o Dia Mundial da Biodiversidade. Para ele, após 1992, com a Convenção do Clima e da Biodiversidade, houve muitos progressos. “A preservação de recursos naturais bate de frente com tendências desenvolvimentistas. Os setores da sociedade são diferentes e é preciso conciliar isso.” Ele defende que a solução dos problemas exige uma análise científica.
Para Pedro Luiz Cortês, professor associado e livre-docente do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental (Procam) do Instituto de Energia e Ambiente da USP, professor da ECA e coordenador da Rede Internacional de Estudos sobre Meio Ambiente e Sustentabilidade (Rimas), as questões ambientais foram colocadas em pautas de discussão política e econômica, ocupando espaço cada vez maior na mídia. “Muita pesquisa científica de qualidade vem sendo desenvolvida, não só na USP, mas em outras universidades, e isso é bastante grande.” Ele diz que o grande obstáculo é fazer com que essas pequisas alcancem formuladores de políticas públicas, para que eles utilizem esse conhecimento científico para embasar suas soluções.
Os convidados acrescentam a importância das fontes alternativas de energia para a sustentabilidade, mas reforçam que a sua geração depende de cada região e de cada país. Cortês defende que o Brasil tem capacidade de produzir o biodiesel e tecnologia para utilizá-lo na vida urbana. Goldemberg completa que aprender a armazenar energia também é importante.
Para utilizar bem sua biodiversidade, o Brasil deve investir em pesquisas. “Há uma carência de pesquisa, há uma carência de investimento e uma falta de interesse por vezes da indústria em aproveitar a grande biodiversidade que a gente tem”, reflete Cortês. Ouça o programa completo no player acima.
Esta edição do Diálogos na USP teve apresentação de Marcello Rollemberg e trabalhos técnicos de Marcio Ortiz. A produção é do Departamento de Jornalismo da Rádio USP.