A osteoporose é uma doença óssea sistêmica que se caracteriza por alterações da quantidade e da qualidade do osso, as quais condicionam diminuição da resistência e aumento da fragilidade ósseas, predispondo a maior risco de fratura. A prevenção e o tratamento da osteoporose serão tratados no Terceiro Simpósio Interdisciplinar do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP. Especialistas abordam a osteoporose induzida por glicocorticóides, que tem causas distintas da osteoporose pós-menopausa ou senil.
Silenciosa, incapacitante e muitas vezes fatal, a doença atinge cerca de 200 milhões de mulheres no mundo todo. No Brasil, segundo a Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo são cerca de 10 milhões. O custo anual da osteoporose no país é de 1,2 bilhão de reais. “Se há qualquer fator de risco, deve-se fazer a densitometria (medição da densidade mineral óssea)”, recomenda a professora Rosa Maria Pereira, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina (FM), no Jornal da USP no Ar. Perda de altura pode caracterizar o quadro, já que pode ser causada por pequenas fraturas na coluna.
O exame também deve ser feito em pacientes submetidos ao uso de corticoides, comum para tratamento de asma, doenças reumatológicas e inflamatórias intestinais. Os glicocorticoides também fazem parte do processo pós-cirúrgico e podem ser um agravante da osteoporose. “Se a dose for mantida por mais de três meses ou é muito alta, o paciente tem uma artrite reumatoide, um lúpus, o médico tem que indicar uma densitometria”, aponta a médica.
“Uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens podem ter osteoporose”, indica a professora. O principal fator de risco é a idade. Mulheres depois da menopausa e homens na senioridade são os mais afetados. Fraturas em locais incomuns, como bacia, ou quadris, são indicativos claros da doença. Alimentação rica em cálcio e derivados do leite, exposição ao sol e atividades físicas são chaves na prevenção.
Essa rotina contra a osteoporose, porém deve começar ainda na infância. “A gente fala que é uma doença que deve ser avaliada até pelo pediatra”, comenta Rosa. Se o indivíduo tem uma maior quantidade óssea desde cedo, as perdas ao longo da vida não acarretam fragilidade dos ossos. “Se a criança tem uma nutrição adequada, pratica esportes de contato e brinca na rua, logo é exposta a luz solar, é natural que ela tenha mais osso”, avalia.
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