O Instituto Trata Brasil aponta que apenas 50,3% da população brasileira possuía acesso integral à coleta adequada do esgoto em 2016. Já o Relatório de Linha de Base Global, da Organização Mundial da Saúde, a OMS, revela que para cada R$ 1 investido em saneamento básico no Brasil, R$ 4 são economizados em saúde pública.
Os dados do relatório da OMS traçam um cenário preocupante ao mostrar que a falta de higiene, como acesso a saneamento básico entre outros aspectos, está diretamente relacionada à qualidade da saúde.
O estudo se debruçou sobre a qualidade da higiene em centros de saúde em vários países do mundo, incluindo o Brasil, e concluiu que a precariedade afeta cerca de 2 bilhões de pessoas. O levantamento considerou informações enviadas pelos países referentes ao ano de 2016 e 2018, mesmo que muitas dessas informações tenham sido subnotificações, ou seja, foram enviadas à OMS com dados incompletos.
A professora Denise de Andrade, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP, coordena o Núcleo de Estudos em Prevenção e Controle de Infecção em Serviços de Saúde. Ela analisou a situação revelada pelo relatório da OMS e diz que faltam dados no Brasil que permitam mudar esse quadro.
Para a professora, a falta de saneamento e de acesso à água encanada e tratada são dois dos principais problemas enfrentados pelos centros de saúde. Ouça a entrevista no link acima.